A tiragem de 5 milhões de cópias da edição especial da Charlie Hebdo, revista francesa cuja redação foi atacada por extremistas na semana passada, foi lançada na manhã desta quarta-feira e esgotou em poucos minutos em toda a França. Os que tentaram encontrá-la e não conseguiram, no entanto, terão mais uma chance. O único (e grande) problema é que vão ter que deixar a economia de lado: em sites internacionais como o eBay, ela está sendo vendida por valores que vão de R$ 1 (em versões online) a inacreditáveis R$ 34 mil (versão impressa original).
O Terra encontrou as ofertas fazendo uma pesquisa básica com o nome da publicação e a data desta quarta-feira (14/01/2015) no campo de busca do site. Ordenando os resultados dos mais caros para os mais baratos, o primeiro encontrado foi de um vendedor italiano disposto a entregar para qualquer país. Por volta das 16h, o produto já havia recebido 12 lances de possíveis compradores - o último dele por 11 mil euros (aproximadamente R$ 34 mil).
A oferta seguinte, originária de Londres, no Reino Unido, era vendida por 2,5 mil libras esterlinas (cerca de R$ 10 mil). O prazo estimado de entrega era de uma semana. O terceiro anúncio, outro disponível para compra em qualquer país, saía por 3,2 mil euros (R$ 9,9 mil). "Será enviado com cuidado e proteção", garantiu o vendedor na descrição da página.
Os que querem ter acesso à revista sem desembolsar quantias absurdas como essas podem encontrar ainda versões em PDF à venda no mesmo site. As mais baratas encontradas nesta tarde saíam por 1 dólar (R$ 2,64). Mas engana-se se você pensa que o negócio não foi proveitoso para o vendedor: em apenas 24 horas, um deles havia vendido 267 exemplares.
Charlie Hebdo no Brasil
Livrarias contatadas durante esta tarde pelo Terra revelaram dificuldades em importar jornais e revistas de alguns países europeus, incluindo a França - motivo pelo qual imaginam que não devem vender exemplares da Charlie Hebdo por aqui tão cedo.
“Não vamos vender porque não conseguimos. Não há quem traga revistas especificas da França ao Brasil”, disse uma representante da Livraria Saraiva.
Um porta-voz da Livraria Cultura, por sua vez, afirmou que a empresa tem passado os últimos dias em busca de companhias que possam agilizar essa comercialização. “A tiragem toda de 5 milhões esgotou pela manhã, então a revista não deve ter mais exemplares para mandar para fora da França. É difícil, mas estamos tentando trazer. Só que ainda não temos previsão”, disse ele.
Sobre a edição
Chamada de "edição dos sobreviventes", a revista de número 1178 foi elaborada por colaboradores que sobreviveram ao ataque e passaram os últimos dias trabalhando na redação do jornal Libération.
A capa mostra o profeta Maomé chorando e portando o cartaz Je Suis Charlie (Eu sou Charlie). Ao topo, a frase: “tudo está perdoado”.
A revista, no entanto, não deixou de fazer piada com a própria situação. Na contracapa, um desenho do cartunista Luz mostra jihadistas chegando ao Paraíso. “Onde estão nossas 70 virgens?”, perguntam. “Com a equipe do Charlie, perdedores.” Outro mostra um terrorista sentando em um lápis: “nossos lápis serão sempre mais afiados que suas balas”.
As páginas centrais trazem referências à marcha que reuniu mais de 1,5 milhão de pessoas em Paris e cerca de 3,7 milhões em toda a França. “Mais gente por Charlie que para a missa”, diz. A edição também publicou desenhos dos cartunistas Cabu, Charb, Tignoux e Wolinski.
Milhares de pessoas se reúnem na Praça da República em Paris, para paricipar da manifestação em homenagem às vítimas dos ataques terroristas à capital francesa
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Manifestantes exibem placas com a seguinte mensagem: " Je Suis Charlie", em referência à revista de humor atacada por dois irmãos terroristas
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Manifestantes sobem no monumento da Praça da República, que expõe os valores exaltados pela França: liberdade, igualdade e fraternidade
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Milhares de pessoas foram convocadas a participar da Marcha da Unidade, em Paris
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Manifestante exibe uma bandeira da França durante concentração na Praça da República
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Manifestação é realizada em memória das vítimas dos autores dos atentados contra a revista de humor Charlie Hebdo e a um mercado judaico de Paris
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O ex-presidente Nicolas Sarkozy recebe os cumprimentos do atual líder francês, François Hollande, no Palácio do Eliseu
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O primeiro ministro espanhol, Mariano Rajoy, é recebido pelo presidente francês antes do início das manifestações
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O rei da Jordânia, Abdullah, e a esposa, a rainha Rania, também foram a Paris para participar das homenagens
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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, cumprimenta o presidente da França, François Hollande
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acena para os jornalistas ao ser recebido por Hollande no Palácio do Eliseu
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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, é recepcionado pelo colega François Hollande na sua chegada ao Palácio do Eliseu
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Autoridades da Alemanha, Espanha, Jordânia, Israel, Reino Unido e de vários outros países se juntam ao presidente François Hollande durante a marcha pela liberdade
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O presidente francês, François Hollande, conforta o colunista do Charlie Hebdo Patrick Pelloux durante a marcha pela liberdade
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De braços dados, líderes mundiais marcham pela liberdade de expressão e em homenagem aos mortos nos atentados de Paris
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Manifestantes percorrem as ruas de Paris durante marcha pela liberdade
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Jovem francesa desenha dois lápis sendo atingidos por avião, de modo similar ao ataque as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001
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Familiares de vítima carregam cartaz "Eu sou Michael Saada" durante a marcha em Paris
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Ao todo, 40 líderes mundiais perfilam com os braços entrelaçados em passeata em Paris, em torno do presidente francês, François Hollande
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Chinesa carrega cartaz em homenagem ao jornal alvo dos ataques na última quarta-feira, em francês e chinês
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Cartaz que foi o mote da manifestação, "Eu sou Charlie" é visto no meio da manifestação
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Lápis virou símbolo dos manifestantes contra o ódio provocado pelos extremistas nos atentados em Paris
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Colunista do Charlie Hebdo, Patrick Pelloux muito emocionado durante a marcha pela liberdade
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Homem toca estátua pichada ao lado do símbolo da marcha, "Je Suis Charlie"
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Franceses acedem velas com cair da noite na marcha pela liberdade em Paris
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Uma mulher acende uma luz e reverência os quatro cartunistas mortos no ataque à revista Charlie Hebdo
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Vista geral da marcha pela liberdade neste domingo
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Homem usa lápis durante ato em Paris em homenagem aos cartunistas mortos
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Franceses carregam bandeira do país e faixas em homenagem às vítimas do ataque
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Pessoas escalam monumento em Paris durante ato neste domingo
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Velas são acesas na praça da Liberdade em Paris
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Pessoas escalam o monumento da Queda da Bastilha durante os últimos momentos da marcha pela liberdade
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Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu chega a Grande Sinagoga de Paris para discurso em homenagem às vítimas do ataque ao mercado kosher
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Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e presidente francês, François Hollande, lado a lado na Grande Sinagoga de Paris