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Espanha: juiz mantém indiciamento de irmã de rei Felipe VI

Cristina teria cooperado com o marido, suspeito de ter participado em uma fraude de mais de seis milhões de euros de dinheiro público

25 jun 2014 - 08h20
(atualizado às 08h22)
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<p>Princesa Cristina chega a um tribunal para depor perante o juiz Jos&eacute; Castro sobre acusa&ccedil;&otilde;es de fraude fiscal e&nbsp;lavagem de dinheiro em Palma de Maiorca, em 8 de fevereiro</p>
Princesa Cristina chega a um tribunal para depor perante o juiz José Castro sobre acusações de fraude fiscal e lavagem de dinheiro em Palma de Maiorca, em 8 de fevereiro
Foto: Reuters

O juiz de instrução do caso de suposta corrupção que abalou a família real espanhola decidiu nesta quarta-feira manter o indiciamento da infanta Cristina, o que abre caminho para o julgamento apenas seis dias depois da proclamação de seu irmão, Felipe VI, como novo rei.

O indiciamento em dezembro de 2011 de Iñaki Urdangarin, marido de Cristina investigado por suposta fraude de dinheiro público, e depois da infanta em janeiro passado, provocaram um escândalo que contribuiu para derrubar a popularidade do rei rei Juan Carlos, antes de sua abdicação em 2 de junho.

As consequências do chamado "caso Noos" constituem um dos primeiros problemas que o novo monarca Felipe VI terá de enfrentar após ter assumido o trono em 19 de junho.

Ao encerrar uma investigação iniciada em 2010 e que o chefe da Casa Real durante o reinado de Juan Carlos, Rafael Spottorno, chamou de "martírio", o juiz José Castro de Palma de Mallorca emitiu um auto no qual conclui que "devem continuar imputados, entre outros, Iñaki Urdangarin, a infanta Cristina", informou o tribunal.

A decisão, no entanto, "não é definitiva" e pode ser objeto de recurso ante o próprio juiz ou ante a Audiência Provincial das Ilhas Baleares.

A procuradoria anticorrupção foi contrária ao indiciamento de Cristina pelo juiz Castro, para o qual ela prestou depoimento em 8 de fevereiro por suspeita de fraude fiscal e lavagem de dinheiro.

A infanta, de 49 anos, teria, segundo o magistrado, cooperado com o marido, indiciado ao lado do ex-sócio Diego Torrres por ter supostamente participado em uma fraude de mais de seis milhões de euros de dinheiro público por meio do Instituto Noos.

A sociedade sem fins lucrativos, que Urdangarin presidiu entre 2004 e 2006, assinou vários contratos com governos regionais dirigidos pelo conservador Partido Popular para a organização de eventos relacionados com o esporte.

Foto: Arte Terra

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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