Cerca de 200 especialistas se reúnem nesta quinta e sexta-feira em Genebra para fazer um balanço sobre os tratamentos experimentais contra o vírus do Ebola, que se propaga em alta velocidade no oeste da África e, segundo a OMS, ameaça mais de 20 mil pessoas.
Os especialistas, reunidos a portas fechadas em um hotel perto do aeroporto de Genebra, analisarão "as possibilidades de produção e utilização destes tratamentos" experimentais, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS), que convocou a reunião.
O principal objetivo da reunião é "informar as autoridades regulamentares nacionais sobre a situação dos produtos suscetíveis de ser utilizados e favorecer os contatos entre os países afetados e os fabricantes", acrescentou.
Segundo a OMS, o avanço dos casos do vírus do Ebola na África Ocidental "não tem precedentes por seu alcance e complexidade e pela carga que representa para os sistemas de saúde".
Em seu último balanço na quarta-feira, a diretora-geral da organização, Margaret Chan, informou sobre mais de 1.900 mortos de um total de 3.500 casos. Na semana passada contabilizava 1.552 falecidos de 3.069 casos.
Para combater o vírus vários métodos estão sendo desenvolvidos, como produtos sanguíneos, terapias imunológicas, medicamentos ou vacinas, mas até o momento nenhum deles foi homologado para um uso padrão.
Em agosto, um grupo de especialistas reunidos pela OMS considerou ético que nas circunstâncias particulares atuais e sob condições estes métodos sejam propostos como tratamentos potenciais, embora ainda não se saiba se são realmente eficazes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que "medidas drásticas" devem ser tomadas para conter o surto de ebola na África Ocidental, que já matou cerca de 400 pessoas. É o maior surto em números de casos, número de mortes e em distribuição geográfica. Na foto, uma equipe está próxima ao corpo de uma vítima
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mais de 600 casos já foram registrados na República da Guiné, onde o surto começou há 4 meses em Guekedou (foto acima). O local já foi um importante posto de troca na região, atraindo comerciantes de diversos países vizinhos.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o surto de ebola está fora do controle. O MSF tem cerca de 300 funcionários nacionais e internacionais trabalhando nos países onde o vírus se espalhou. Outros países estão sob alerta. A foto acima mostra um paciente sendo tratado por funcionários da organização.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O ebola é uma doença viral, cujos sintomas inciais podem incluir febre repentina, forte fraqueza, dores musculares e de garganta, segundo a OMS. E isso é só o início: o próximo passo é vômito, diarreia e, em alguns casos, hemorragia interna e externa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O vírus é altamente contagioso,e não tem vacina ou cura, por isso equipes médicas usam roupas especiais para evitar contaminação. Dependendo da força, até 90% dos infectados morrem. Na foto, pacientes esperam resultado de exames de sangue
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Os testes de laboratório irão determinar em questão de horas se as amostras contém ou não o vírus do ebola
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Após exposição ao vírus na área isolada, roupas e botas das equipes de atendimento são desinfetadas com cloro
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Além de cuidar da clínica, a equipe tenta conscientizar as pessoas sobre a doença. No bairro de Touloubengo, colchões são distribuídos a cinco famílias cujas casas foram desinfetadas após a morte de um membro.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Sia Bintou passou mais de 10 dias em tratamento, com poucas esperanças de deixar o local viva, mas sobreviveu. Enquanto não há um tratamento específico para o ebola, a equipe tenta fortalecer os pacientes tratando os sintomas.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mas nem todos se salvam. Nessa foto, a família de Finda Marie Kamano, incluindo sua irmã (centro), e outros membros da comunidade, estão presentes em seu funeral próximo a sua casa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A sepultura de Finda Marie é marcada com um broto de árvore
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
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