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EUA ameaçam Ucrânia com sanções por violência contra civis

21 fev 2014 - 02h41
(atualizado às 02h45)
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O vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, deixou claro para o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, em uma ligação telefônica nesta quinta-feira, que o os EUA "estão preparados" para punir os funcionários responsáveis pela violência exercida contra os manifestantes nos protestos de oposição em Kiev, a capital da ex-república soviética.

"O vice-presidente condenou a violência contra os civis em Kiev e pediu que o presidente Yanukovich retire todas as forças de segurança das ruas, polícia, franco-atiradores, unidades militares e paramilitares, e as forças irregulares", informou hoje a Casa Branca em comunicado.

Em Kiev, os enfrentamentos entre as forças de segurança e os manifestantes endureceram nos últimos dois dias e já ocorreram pelo menos 75 mortes, de acordo com os números oferecidos pelas autoridades de saúde do país.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, condenou hoje "o uso da força contra os civis por parte das forças de segurança" em Kiev, e pediu, mais uma vez, a retirada de todos estes homens armados.

"O povo da Ucrânia e a comunidade internacional farão com que os responsáveis pelo ocorrido prestem contas, e os Estados Unidos já começaram a adotar sanções contra os responsáveis pela violência", disse Kerry, segundo um comunicado do Departamento de Estado.

Nesta quarta-feira, o governo americano anunciou a proibição da emissão de vistos de entrada para 20 funcionários da Ucrânia que são considerados responsáveis pela violência contra os manifestantes em Kiev.

Essa foi a segunda sanção dos Estados Unidos contra o governo ucraniano desde que começaram os protestos, depois que vistos já concedidos a vários nacionais do país do leste europeu, considerados responsáveis pelo uso da força contra os manifestantes, foram cancelados no final de janeiro.

"Não há tempo para os artifícios políticos. O presidente Yanukovich deve realizar negociações sérias com a oposição imediatamente para estabelecer um novo governo interino que tenha amplo apoio. Esta é a única maneira de começar as difíceis, porém necessárias, reformas constitucionais e econômicas que a Ucrânia necessita", considerou Kerry.

E acrescentou: "Reafirmamos o compromisso dos Estados Unidos com o povo da Ucrânia e pedimos que todos os membros da comunidade internacional ajudem para que esse país recupere a estabilidade".

Por outro lado, o Departamento de Defesa advertiu hoje que suas relações com a Ucrânia ficarão prejudicadas se o governo de Kiev decidir usar as Forças Armadas para reprimir os protestos contra o governo de Viktor Yanukovich.

O porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby, revelou que o secretário de Defesa, Chuck Hagel, tentou ao longo de toda a semana falar com seu colega ucraniano, mas não foi atendido.

Devido a esta situação "incomum", Kirby aproveitou sua entrevista coletiva de hoje para pedir que o governo de Yanukovich mantenha suas Forças Armadas nos quartéis e não as utilize para reprimir os protestos em todo o país.

Hoje, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que teme que a Ucrânia esteja cada vez mais perto de uma guerra civil entre os que apoiam uma maior aproximação com a União Europeia e as regiões mais favoráveis à Rússia.

O Parlamento ucraniano aprovou hoje uma resolução para evitar a utilização de tropas nos protestos e pôr fim às chamadas operações antiterroristas das forças de segurança, que utilizaram munição real e rifles contra civis.

EFE   
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