Europa critica "ação unilateral" russa de ajuda na Ucrânia
O ministro russo das Relações Exteriores afirmou que Moscou chegou a um acordo com autoridades ucranianas e iniciado uma missão humanitária sob os auspícios da Cruz Vermelha
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, advertiu nesta segunda-feira o presidente da Rússia, Vladimir Putin, contra "toda ação militar unilateral" realizada sob qualquer pretexto, incluída a ajuda humanitária.
Em uma conversa por telefone, Barroso expressou a Putin sua "preocupação pela concentração de tropas russas perto da fronteira ucraniana, o que é contrário aos esforços para diminuir as tensões", segundo informou o Executivo comunitário em um comunicado.
Barroso explicou ao presidente russo que a União Europeia (UE) se somará aos esforços internacionais para ajudar aos ucranianos afetados pelo conflito.
Já em conversa telefônica com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, Barroso disse que a UE está preparada para aumentar seu apoio ao esforço humanitário liderado pelo governo de Kiev e organizações internacionais, e comemorou sua intenção de pedir ajuda humanitária internacional.
O presidente da Comissão Europeia disse que o Executivo comunitário "tomará nesta semana uma decisão de emergência sobre ajuda humanitária adicional, como contribuição ao plano internacional liderado pela ONU".
Barroso pediu a Putin que utilize sua influência para garantir que as povoações civis possam abandonar de maneira segura e livre as áreas controladas por "grupos armados ilegais", em referência às milícias rebeldes pró-Rússia.
Putin, segundo informou o Kremlin, comunicou a Barroso o envio de um comboio humanitário à Ucrânia para socorrer a população do leste do país.
Fontes da UE já tinham deixado claro pouco antes que o bloco só dará seu apoio a uma missão humanitária no leste da Ucrânia se esta receber o sinal verde de Kiev e for liderada pela ONU.
Pouco antes, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, afirmou que Moscou tinha chegado a um acordo com as autoridades ucranianas e iniciado uma missão humanitária sob os auspícios da Cruz Vermelha Internacional.
Poroshenko propõe uma missão humanitária internacional nas regiões orientais de Donetsk e Lugansk sem a presença de um contingente militar.