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Ex-presidente da Espanha Adolfo Suárez falece em Madri

Político desempenhou papel chave para a democracia do país

23 mar 2014 - 12h14
(atualizado às 12h15)
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Adolfo Suárez, em Oviedo, norte da Espanha, em 1996
Adolfo Suárez, em Oviedo, norte da Espanha, em 1996
Foto: Reuters

O ex-presidente do governo da Espanha Adolfo Suárez, de 81 anos, político chave na transição à democracia após a era Franco, faleceu em Madri neste domingo.

A informação sobre a morte de Suárez foi dada por familiares. Ele estava internado em um hospital da capital espanhola desde a última segunda-feira, com um problema respiratório.

Embora o ex-presidente (entre 1976 e 1981) tivesse apresentado melhora de uma pneumonia, seu estado geral piorou nos últimos dias. Suárez também sofria de Alzheimer há anos e não aparecia publicamente desde 2003. Seu filho, Adolfo Suárez Illana, foi o encarregado de confirmar, em entrevista coletiva, que a morte de seu pai era "iminente" devido ao agravamento da doença.

Nascido em setembro de 1932 em Cebreros, na região central da Espanha, Adolfo Suárez é considerado um político com um papel decisivo na transição espanhola da ditadura de Francisco Franco (1939-1975) à democracia. Procedente do próprio regime franquista, no qual ocupou alguns cargos importantes, ele foi designado pelo rei Juan Carlos para dirigir a transformação do estado em 1976.

Durante seu governo, foram aprovadas leis que reconheciam liberdades e foram legalizados os partidos políticos, incluindo o comunista, o que deu ao político falecido a inimizade de setores da direita tradicional espanhola e do exército.

Em 1978, graças ao consenso geral das forças políticas, foi aprovada a constituição que até hoje segue em vigor. Tudo isso em anos especialmente difíceis, com a entrada em cena do terrorismo, que no final dos anos 70 e começo da década de 80 gerava várias mortes por semana.

O partido que fundou, a União de Centro Democrático, viveu uma crescente divisão, e Suárez foi cada vez mais questionado dentro e fora da própria legenda.

O clima geral o levou a renunciar em janeiro de 1981, poucas semanas antes da tentativa de golpe de Estado, que aconteceu em 23 de fevereiro com a entrada de guardas civis no Congresso dos Deputados enquanto era realizada a posse de seu sucessor, Leopoldo Calvo-Sotelo.

Suárez continuou na política por mais uma década, em outro partido, o Centro Democrático e Social, e de novo voltou a ser deputado, mas deixou a carreira pública no começo dos anos 90.

EFE   
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