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Exército israelense inicia operação terrestre contra Gaza

Premiê de Israel instrui início de ofensiva por terra em Gaza, diz comunicado

17 jul 2014 - 17h10
(atualizado em 18/7/2014 às 01h23)
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<p>Moradores de Gaza relataram que há artilharia pesada e bombardeios navais ao longo da fronteira de Gaza.</p>
Moradores de Gaza relataram que há artilharia pesada e bombardeios navais ao longo da fronteira de Gaza.
Foto: Ronen Zvulun / Reuters

O governo israelense ordenou na noite desta quinta-feira ao Exército o início de uma operação terrestre na Faixa de Gaza, depois de dez dias de uma ofensiva que já deixou 240 mortos, anunciou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"O primeiro-ministro e o ministro da Defesa ordenaram na noite desta quinta-feira que o Exército iniciasse uma operação terrestre e penetrasse na Faixa de Gaza para destruir os túneis utilizados para atividades terroristas em Israel", indica o gabinete do primeiro-ministro em um comunicado.

"A decisão foi aprovada pelo gabinete de segurança devido à recusa do Hamas em aceitar o plano egípcio de um cessar-fogo e à manutenção dos disparos de foguetes contra Israel".

A operação terrestre tem por objetivo "atingir significativamente as infraestruturas terroristas do Hamas" e "dar segurança aos cidadãos de Israel", indicou um comunicado militar.

Esta ofensiva vai incluir operações de infantaria, de artilharia e de inteligência, apoiadas pela Força Aérea e pela Marinha, acrescentou o Exército.

Enquanto isso, as forças de Israel bombardeavam a Faixa de Gaza com grande intensidade pelo ar e pelo mar. Também foram feitos disparos com tanques posicionados na fronteira, segundo um correspondente da AFP no local.

"A operação do Tsahal (Exército israelense) ocorre de norte a sul da Faixa de Gaza, onde várias forças estão mobilizadas", indicou o comentarista militar de uma televisão israelense.

Logo depois do anúncio da invasão terrestre a Gaza, o Hamas advertiu que Israel vai pagar um "alto preço".

"O início da ofensiva terrestre israelense em Gaza é um passo perigoso, de consequências que não foram calculadas", afirmou o porta-voz do Hamas, Fawri Barhum, em um comunicado.

"Israel vai pagar um alto preço e o Hamas está preparado para o confronto", acrescentou.

Os confrontos entre Israel e Hamas foram retomados nesta quinta após uma rápida trégua humanitária em Gaza.

Três crianças de uma mesma família morreram em um ataque aéreo israelense no centro da Cidade de Gaza, de acordo com os serviços locais de emergência. Uma quarta criança morreu em outro ataque.

Veja preparação israelense para ofensiva terrestre em Gaza:

Outros três palestinos morreram no leste da região de Shejaiyeh, de acordo com um porta-voz dos serviços de emergência. As circunstâncias dessas mortes ainda não foram informadas.

O hospital de reabilitação de Al-Wafa em Gaza, onde eram tratados 14 pacientes em coma ou paralíticos, foi atingido pelos ataques israelenses. Várias pessoas ficaram feridas, anunciou à AFP o diretor da instituição, Basman Alashi.

Pouco depois desses ataques, os Estados Unidos pediram a Israel que aumente os esforços para evitar as baixas civis. "Acreditamos que é possível fazer mais" neste sentido, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

Às 15h00 locais (09h00 de Brasília), logo depois do fim da trégua de cinco horas negociada pela ONU, um foguete disparado a partir de Gaza caiu na cidade israelense de Ashkelon (sul), em uma zona deserta, e o Exército de Israel retomou os ataques aéreos contra o enclave palestino.

O Exército israelense também indicou ter interceptado e abatido um avião não-tripulado do Hamas no sul.

Israel acusa os combatentes do movimento islamita Hamas de usarem "escudos humanos" em um território em que 1,8 milhão de pessoas vivem na miséria, submetidas ao bloqueio israelense.

No âmbito internacional, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, lamentou a operação terrestre, enquanto a França manifestou preocupação, ressaltando que "é essencial proteger as populações civis e evitar novas vítimas".

Antes do início do avanço de Israel por terra, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, havia acusado Israel de querer cometer um "genocídio sistemático" contra os palestinos na Faixa de Gaza.

"Os países ocidentais estão em silêncio, assim como o mundo islâmico", acrescentou Erdogan, que também criticou as Nações Unidas.

Mais de 75% das vítimas destes combates são civis, segundo as Nações Unidas.

Esta onda de violência foi desencadeada pelo sequestro seguido do assassinato de três estudantes israelenses em junho, que Israel atribui ao Hamas. Pouco depois, um adolescente palestino morreu queimado vivo por extremistas judeus em Jerusalém. Os autores do ataque foram acusados nesta quinta pela Procuradoria israelense, de acordo com o Ministério da Justiça em um comunicado.

Foto: Arte Terra

Fonte: Terra
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