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Exército russo faz novas manobras na fronteira com a Ucrânia

Mais cedo, a Ucrânia afirmou ter matado "cinco terroristas" pró-russos em Slaviansk, no leste do país

24 abr 2014 - 10h46
(atualizado às 14h43)
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<p>Um homem armado pró-russo fica de guarda perto da prefeitura, em Slaviansk, leste da Ucrânia, nesta quinta-feira, 24 de abril</p>
Um homem armado pró-russo fica de guarda perto da prefeitura, em Slaviansk, leste da Ucrânia, nesta quinta-feira, 24 de abril
Foto: Reuters

O exército russo iniciou novas manobras na fronteira com a Ucrânia em resposta à operação militar de Kiev contra os separatistas pró-Moscou no leste do país, anunciou o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu.

"Nos vemos obrigados a reagir a esta evolução da situação", declarou Shoigu, citado pelas agências russas.

"Unidades dos distritos militares do sul e do oeste iniciaram exercícios", completou.

"A aviação sobrevoa a região da fronteira", disse.

O ministro expressou "grande preocupação" com o ataque das tropas ucranianas contra os separatistas em Slaviansk, reduto dos insurgentes pró-Moscou no leste do país, que deixou "até cinco mortos" entre os milicianos, segundo Kiev.

"Autorizaram o uso de armas contra os civis de seu próprio país. Se não pararmos esta máquina militar hoje, isto provocará muitos mortos e feridos", disse Shoigu.

No local dos incidentes, jornalistas da AFP ouviram tiros em um posto de controle dos rebeldes na entrada norte da cidade e observaram vários blindados - um deles com a bandeira ucraniana - passando diante do posto em chamas.

Durante a tarde os blindados não eram mais observados na cidade.

O líder separatista de Slaviansk, cidade de 100.000 habitantes, Viacheslav Ponomarev, ordenou aos civis que deixassem o município.

Slaviansk está há vários dias totalmente sob controle dos rebeldes pró-Rússia. Homens armados com fuzis, vestindo uniformes sem insígnias e encapuzados ocupam vários prédios públicos. Ponomarev solicitou no domingo a intervenção da Rússia para proteger a população.O presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, afirmou que não retrocederá diante da "ameaça terrorista" no leste do país, acusando Moscou de "apoiar abertamente os terroristas".

"Não vamos retroceder ante a ameaça terrorista", disse Turchynov em um discurso televisionado à Nação. "Exigimos que a Rússia pare de ingerir nos assuntos internos, que deixe a chantagem e as ameaças e retire suas tropas da fronteira leste da Ucrânia", acrescentou.

De Tóquio, o presidente americano, Barack Obama, responsabilizou a Rússia pelo fracasso do compromisso internacional assinado há uma semana em Genebra, que supostamente deveria reduzir as tensões entre as duas partes.

"Até agora, não os vimos respeitar nem o espírito, nem a letra do acordo de Genebra", lamentou Obama em uma coletiva de imprensa na capital japonesa, primeira etapa de um giro pela Ásia.

"Por outro lado, continuamos vendo homens mal-intencionados, armados, que se apoderam de edifícios, atacando pessoas que não concordam com eles, desestabilizando a região, e não vemos a Rússia se afastando ou desestimulando", acrescentou.

Se a Rússia continuar ignorando o acordo de Genebra, "haverá consequências e novas sanções", ameaçou.

Já a Rússia acusou Estados Unidos e União Europeia pelo que considera uma tentativa de provocar uma revolução em Kiev, em referência à destituição em fevereiro pelo Parlamento ucraniano do presidente pró-russo Viktor Yanukovytch, após três meses de violentos protestos.

"Na Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia tentaram realizar uma nova 'revolução colorida', uma operação de mudança de regime contrária à Constituição", disse o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta quinta-feira que decidirá no dia 30 de abril se aprovará ou não um vasto plano de ajuda à Ucrânia destinado a evitar a quebra deste país, afetado por crescentes tensões com seu vizinho russo.

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