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Exército ucraniano aperta o cerco à cidade de Donetsk

Três soldados morreram e 27 ficaram feridos nas últimas 24 horas

10 ago 2014 - 12h02
(atualizado às 12h03)
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<p>Soldados ucranianos armados em território de Donetsk </p>
Soldados ucranianos armados em território de Donetsk
Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters

A cidade de Donetsk, principal reduto dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, se encontra cercada pelo exército ucraniano e foi alvo de um ataque com artilharia pesada na madrugada deste domingo.

Segundo o porta-voz militar ucraniano, três soldados morreram e 27 ficaram feridos nas últimas 24 horas.

Uma jornalista da AFP ouviu mais de vinte explosões no centro desta cidade, a maior da bacia mineira de Donbass, cenário há alguns dias de combates entre insurgentes pró-russos e as forças ucranianas.

Uma explosão arrebentou as janelas da maternidade de um hospital do centro da cidade, onde as mães e seus recém-nascidos estavam escondidos em um porão.

O exército ucraniano confirmou neste domingo que apertou ao máximo o cerco em torno de Donetsk e que disparou contra bases rebeldes, causando duras perdas aos pró-russos.

No sábado, o "primeiro-ministro" separatista Alexandre Zakhatchenko admitiu que Donetsk estava cercada e que se encontrava à beira de uma "catástrofe humanitária", mostrando-se disposto a um cessar-fogo se as forças ucranianas interromperem sua ofensiva.

Ante a situação dos civis, dos quais 300 mil já fugiram para a Rússia e outras regiões da Ucrânia, Moscou propôs uma missão humanitária no leste do país para proteger a população russófona, uma ideia rejeitada pelas potências ocidentais, que temem uma intervenção militar sob falsos pretextos.

A Rússia negou planejar qualquer tipo de ação unilateral na Ucrânia, nem mesmo por motivos humanitários.

"A nós custa entender a que se refere a Ucrânia. As forças russas não tentaram em qualquer momento penetrar em território ucraniano", declarou às agências de notícias russas o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.

A Ucrânia insiste que pode haver uma intervenção russa sob o pretexto de uma operação humanitária no leste de seu território, onde os combates com os rebeldes pró-russos deixaram mais 13 soldados ucranianos mortos.

O presidente americano Barack Obama e o primeiro-ministro britânico David Cameron, em uma conversa por telefone no sábado, concordaram que que qualquer pretensa missão humanitária na Ucrânia poderá ser considerada ilegal.

"Os dois dirigentes exprimiram sua grande preocupação a respeito de informações indicando que veículos militares russos passaram pela fronteira e entraram na Ucrânia e que as forças armadas russas realizam exercícios para uma 'intervenção humanitária", segundo afirma um comunicado do gabinete de Cameron.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, por sua vez, disse estar disposto a aceitar uma missão humanitária na cidade de Lugansk depois de uma conversa com dirigentes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), na condição de que seja internacional, não armada e que passe pelos postos de fronteira controlados por Kiev.

Em Lugansk, reduto separatista onde a imprensa não pode entrar, as autoridades denunciam uma situação crítica ante a falta de luz, água e rede telefônica há uma semana.

Depois de quatro meses de conflito, que deixou mais de 1.300 mortos a ofensiva ucraniana se concentra nos redutos rebeldes, com o objetivo de bloquear a fronteira com a Rússia por onde, segundo Kiev, transitam armas e soldados.

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