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Exército ucraniano e separatistas se enfrentam em Donetsk

Kiev afirma que soldados desarmados no leste do país foram alvos de disparos nesta terça-feira

5 ago 2014 - 09h21
(atualizado às 09h21)
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Tropas ucranianas andam em região de Donetsk, principal reduto de insurgentes
Tropas ucranianas andam em região de Donetsk, principal reduto de insurgentes
Foto: ANATOLII STEPANOV / AFP

Novos combates entre as forças ucranianas e os separatistas ocorriam nesta terça-feira às portas de Donetsk, o principal reduto dos rebeldes, que se encontra quase em estado de sítio.

Várias explosões eram ouvidas de maneira regular a partir de Marinka, na periferia sudoeste da cidade, de onde se elevavam colunas de fumaça.

Segundo a prefeitura, os tiros de morteiro lançados durante toda a noite danificaram uma estação elétrica em um bairro de Donetsk próximo a Marinka, deixando 50 prédios residenciais sem eletricidade.

A mesma fonte indicou que um artefato explosivo havia ferido oito separatistas em pleno centro da cidade na noite de segunda-feira.

Os combates se intensificaram há alguns dias nos arredores de Donetsk, a maior cidade da bacia mineradora de Donbass (que contava com um milhão de habitantes antes do início das hostilidades), o que aumenta os temores de um ataque com combates. Kiev convocou os civis a fugir desta região.

Na capital, um porta-voz militar confirmou que as forças ucranianas haviam se aproximado dos bairros periféricos de Donetsk e do outro reduto separatista, Lugansk.

"Isso não quer dizer que esteja ocorrendo um ataque, no momento trata-se de preparar a libertação da cidade", indicou Andri Lysenko diante da imprensa.

A estratégia desenvolvida até agora por Kiev consiste em confinar os insurgentes de Donetsk até que seus recursos se esgotem, com o objetivo de isolá-los da fronteira russa, por onde as autoridades ucranianas e os ocidentais garantem que transitam os combatentes e as armas que motivaram as sanções econômicas sem precedentes introduzidas contra a Rússia.

Soldados da Ucrânia foram alvo de disparos 

Separatistas pró-Moscou abriram fogo contra soldados ucranianos desarmados nesta terça-feira enquanto estes voltavam para seu país partindo da Rússia, onde haviam se abrigado dos combates, disseram autoridades de defesa de Kiev.

A Ucrânia admitiu, na segunda-feira, que 311 soldados e guardas de fronteira foram forçados pelos confrontos com os rebeldes a entrar em território russo, e que destruíram suas armas antes de cruzar a fronteira, mas os rebeldes afirmaram que as tropas as abandonaram, permitindo-lhes retomá-las.

“Hoje (terça-feira), perto das 6h da manhã, combatentes (separatistas) dispararam traiçoeiramente em uma coluna com 195 tropas ucranianas desarmadas voltando da Federação Russa”, afirmou Andriy Lysenko, porta-voz do conselho de defesa nacional, à agência de notícias Interfax.

Ele não tinha informações sobre eventual número de baixas.

Tropas do governo enfrentam os rebeldes desde abril no leste da Ucrânia, onde a maioria da população fala russo, num confronto que, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, já deixou mais de 1.100 mortos, incluindo forças governamentais, rebeldes e civis.

Combatentes da Ucrânia realizaram ataques aéreos na noite de segunda-feira, destruindo concentrações de rebeldes e equipamento militar, relatou o centro de informações militares de Kiev, sem dar detalhes ou estimativas de baixas.

No momento em que as forças ucranianas recuperam territórios dos separatistas, a Rússia anunciou na segunda a realização de exercícios militares perto da longa fronteira em comum. Mais de 100 aeronaves, incluindo caças e bombardeiros, participarão das manobras desta semana.

O Ministério das Relações Exteriores ucraniano repudiou o gesto russo nesta terça-feira e acusou Moscou de continuar a armar os rebeldes.

“Exigimos categoricamente que o lado russo ponha um fim rápido a tais atos criminosos e retire suas tropas da fronteira com a Ucrânia", afirmou o ministério em comunicado.

Autoridades de segurança ucranianas disseram que os separatistas estão contra-atacando para romper o cerco cada vez mais apertado em torno de suas posições, enquanto tropas da Ucrânia continuavam a ser bombardeadas com disparos de morteiros e artilharia partindo do território russo.

Com informações da Reuters e AFP. 

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Fonte: Terra
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