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General ucraniano: separatistas armados serão liquidados

De acordo com relatório da ONU, manifestantes pró-Rússia mentiram ao dizer que estavam sob ataque para justificar envolvimento de Moscou na crise ucraniana

15 abr 2014 - 12h52
(atualizado às 12h55)
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<p>14 veículos blindados com bandeiras da Ucrânia, um helicóptero e caminhões militares foram vistos estacionados na região</p>
14 veículos blindados com bandeiras da Ucrânia, um helicóptero e caminhões militares foram vistos estacionados na região
Foto: AP

Os separatistas pró-russos que não depuserem suas armas serão liquidados, declarou o general Valeri Krutov, número dois dos serviços especiais ucranianos (SBU), que dirige a "operação antiterrorista" lançada pelo governo de Kiev.

Os homens não identificados que tomaram prédios públicos e delegacias em várias cidades do leste pertencem às "tropas especiais do GRU (inteligência militar russa) que têm uma grande experiência em conflitos", acrescentou o general ucraniano perto de Izium, a 40 km da cidade de Slaviansk.

Segundo um jornalista da AFP, uma coluna de blindados e membros das forças especiais ucranianas se encontravam nesta terça-feira a 40 km de Slaviansk, localidade do leste da Ucrânia controlada desde sábado por grupos armados pró-russos.

O jornalista viu mais de dez blindados, outros tantos tanques e sete ônibus que transportavam membros das forças especiais perto da cidade de Izium.

Separatistas mentiram para atrair apoio russo

Habitantes russófonos do leste da Ucrânia mentiram ao se dizerem sob ataque, na tentativa de justificar um envolvimento da Rússia na atual crise, disse um relatório de direitos humanos da ONU divulgado na terça-feira.

"Apesar de terem ocorrido alguns ataques contra a comunidade étnica russa, eles não foram nem sistemáticos nem disseminados", disse o relatório, preparado com base em duas visitas do secretário-geral-assistente da ONU para direitos humanos, Ivan Simonovic.

"Fotos dos protestos do Maidan, histórias amplamente exageradas de assédio a russos étnicos por extremistas nacionalistas ucranianos e relatos mal-informados de que eles estariam chegando armados para perseguir os russos étnicos da Crimeia foram sistematicamente usados para criar um clima de medo e insegurança que se refletisse no apoio à integração da Crimeia à Federação Russa", disse o texto.

O relatório, que analisa os fatos ocorridos até 2 de abril, pede um esforço urgente pela manutenção do Estado de direito, do respeito aos direitos humanos e contra o chamado "discurso do ódio"- seja a retórica nacionalista ou a defesa da violência étnica ou religiosa.

O texto diz ainda que um grupo direitista chamado Setor Direito, que participou dos protestos do Maidan em Kiev, havia causado preocupação à minoria russófona.

Houve vários relatos de agressões do Setor Direito contra adversários políticos ou representantes do partido que foi deposto do poder no Maidan, afirmou o relatório, que pede investigações sobre o suposto envolvimento desse grupo na morte de agentes do Estado.

Mas Simonovic salientou que, com base em todos os depoimentos colhidos pela delegação da ONU, o medo causado pelo Setor Direito era desproporcional.

Na Crimeia, que realizou em 16 de março um referendo que decidiu pela anexação da região à Rússia, houve "acusações fiáveis" de assédio, detenções arbitrárias e torturas contra ativistas e jornalistas contrários à votação.

O relatório diz que ficou "amplamente avaliado" que pessoas que falam o idioma russo não foram submetidos a ameaças. O texto acrescenta que funcionários da ONU receberam "muitos relatos de manipulação dos votos" no referendo.

Sobre a eleição presidencial ucraniana marcada para 25 de maio, a ONU disse que é importante assegurar a livre comunicação de informações e ideias sobre questões públicas e políticas entre cidadãos, candidatos e ocupantes de cargos eletivos.

"Isso implica uma imprensa livre e outras mídias capazes de comentar questões públicas sem censura nem restrições, e que informem a opinião pública."

Com informações da Reuters e AFP.

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Fonte: Terra
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