Governo espanhol cria comitê especial para enfrentar o ebola
Vice-presidente disse que o objetivo do comitê especial é conseguir coordenar da melhor forma possível a resposta ao problema que “gera preocupação na sociedade”
O governo espanhol aprovou, nesta sexta-feira, a criação de um comitê especial presidido pela vice-presidente do governo, Soraya Saénz de Santamaría, que vai coordenar e gerir toda a ação de resposta ao vírus ebola e que será apoiado por um comitê científico específico.
O anúncio foi feito pela própria vice-presidente, após a reunião semanal do Conselho de Ministros espanhol, quando foi analisada a atual situação do ebola na Espanha. “Neste momento, a principal preocupação do governo é o estado de saúde de Teresa Romero [a auxiliar de enfermagem infectada]. Queremos manifestar o nosso reconhecimento a todos os profissionais de saúde pela tarefa e esforços que estão fazendo”, disse.
Ebola: "destacamos o atendimento eficaz", dizem especialistas:
Soraya disse que o objetivo do comitê especial é conseguir coordenar da melhor forma possível a resposta ao problema que “gera preocupação na sociedade”. Acrescentou que existe o compromisso do governo de trabalhar “com transparência e rigor”.
“A Espanha é um país preparado com profissionais sanitários de primeira ordem e capaz de responder a este problema. É obrigação do governo dar-lhes o máximo apoio e criar as melhores condições”, ressaltou Soraya Saénz.
Além da vice-presidente do governo, o novo organismo será integrado pela ministra da Saúde, Ana Mato, e por um representante do Ministério de Negócios Estrangeiros, que fará a articulação com a Organização Mundial da Saúde, a União Europeia e outros atores internacionais. Participarão ainda representantes dos ministérios da Defesa, do Interior e da Justiça.
O comitê integrará igualmente representantes das estruturas regionais de saúde, o presidente do novo comitê científico e um representante do Hospital Carlos III, onde está internada a auxiliar de enfermagem infectada e 13 pessoas em observação.
“Este comitê vai coordenar os meios e recursos disponíveis, promover a cooperação intrainstitucional e internacional, estabelecer protocolos de política informativa para a máxima transparência e analisar tanto o planejamento existente como a situação europeia e internacional para controle da doença”, disse a representante do comitê especial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que "medidas drásticas" devem ser tomadas para conter o surto de ebola na África Ocidental, que já matou cerca de 400 pessoas. É o maior surto em números de casos, número de mortes e em distribuição geográfica. Na foto, uma equipe está próxima ao corpo de uma vítima
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mais de 600 casos já foram registrados na República da Guiné, onde o surto começou há 4 meses em Guekedou (foto acima). O local já foi um importante posto de troca na região, atraindo comerciantes de diversos países vizinhos.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o surto de ebola está fora do controle. O MSF tem cerca de 300 funcionários nacionais e internacionais trabalhando nos países onde o vírus se espalhou. Outros países estão sob alerta. A foto acima mostra um paciente sendo tratado por funcionários da organização.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O ebola é uma doença viral, cujos sintomas inciais podem incluir febre repentina, forte fraqueza, dores musculares e de garganta, segundo a OMS. E isso é só o início: o próximo passo é vômito, diarreia e, em alguns casos, hemorragia interna e externa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O vírus é altamente contagioso,e não tem vacina ou cura, por isso equipes médicas usam roupas especiais para evitar contaminação. Dependendo da força, até 90% dos infectados morrem. Na foto, pacientes esperam resultado de exames de sangue
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Os testes de laboratório irão determinar em questão de horas se as amostras contém ou não o vírus do ebola
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Após exposição ao vírus na área isolada, roupas e botas das equipes de atendimento são desinfetadas com cloro
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Além de cuidar da clínica, a equipe tenta conscientizar as pessoas sobre a doença. No bairro de Touloubengo, colchões são distribuídos a cinco famílias cujas casas foram desinfetadas após a morte de um membro.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Sia Bintou passou mais de 10 dias em tratamento, com poucas esperanças de deixar o local viva, mas sobreviveu. Enquanto não há um tratamento específico para o ebola, a equipe tenta fortalecer os pacientes tratando os sintomas.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mas nem todos se salvam. Nessa foto, a família de Finda Marie Kamano, incluindo sua irmã (centro), e outros membros da comunidade, estão presentes em seu funeral próximo a sua casa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A sepultura de Finda Marie é marcada com um broto de árvore
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil