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Grã-Bretanha investirá R$ 1 bi na defesa das Ilhas Malvinas

Argentina continua reclamando a soberania das Malvinas nas Nações Unidas

24 mar 2015 - 16h03
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A Grã-Bretanha vai gastar £ 280 milhões (R$ 1,3 bilhão) nos próximos dez anos para reforçar a defesa das Ilhas Malvinas (Falkland Islands) – o pequeno arquipélago do Atlântico Sul, cuja soberania é reivindicada pela Argentina e que já foi motivo de guerra entre os dois países, em 1982. O anúncio foi feito nesta terça-feira (24), no 39° aniversario do último golpe militar argentino, que virou feriado em memória dos 30 mil desaparecidos no período de governo ditatorial.

O secretário de Defesa britânico, Michael Fallon, disse que o dinheiro servirá para enviar dois helicópteros de transporte (para serem usados em casos de emergência); substituir os mísseis antiaéreos, que tem vida útil até o final da década – por outros mais modernos; e melhorar o sistema de comunicações da base militar nas Malvinas, que ainda mantém 1,2 mil soldados (o equivalente à metade da população das ilhas). Segundo Fallon, os investimentos são prova do empenho da Grã-Bretanha em “continuar defendendo o direito dos moradores da ilha a determinar seu futuro e estilo de vida, contra qualquer ameaça que possa surgir”.

As declarações sobre possíveis ameaças foram feitas depois que a imprensa britânica disse que a Rússia ofereceu aviões de bombardeio à Argentina. Fallon disse que esse acordo “não foi confirmado”, mas insistiu que a ameaça argentina persiste. O ministro da Defesa da Argentina, Agustín Rossi, disse que “é uma loucura” pensar que os argentinos iriam atacar as Malvinas com a ajuda dos russos. A guerra de 1982, lembrou o ministro, foi declarada pela ditadura militar, cujos crimes contra os Direitos Humanos continuam sendo investigados e punidos na Argentina.

A guerra pela posse das Malvinas foi há 33 anos. No dia 2 de abril de 1982, o regime militar argentino tentou recuperar o arquipélago à força – mas foi derrotada pelos britânicos dois meses e meio depois. A derrota num conflito armado, que custou a vida de 655 argentinos e 255 britânicos, levou à queda da ditadura argentina em 1983. Mas a Argentina continua reclamando a soberania das Malvinas nas Nações Unidas, argumentando que as ilhas, herdadas dos espanhóis, foram ilegalmente ocupadas pelos britânicos há quase dois séculos.

Rossi lembrou que a Argentina tem exigido da Grã-Bretanha o cumprimento de várias resoluções das Nações Unidas, pedindo aos dois países que encontrem uma solução negociada para a disputa pela soberania. A Argentina diz que as Malvinas estão entre as últimas colônias do mundo – mas os britânicos dizem que não há nada para discutir, uma vez que os moradores da ilha votaram num plebiscito para manter o atual status.

Agência Brasil Agência Brasil
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