"Grécia deixou a austeridade para trás", diz líder do Syriza
Partido de esquerda venceu as eleições legislativas do país neste domingo
O líder do partido de esquerda Syriza, Alexis Tsipras, disse neste domingo, após vitória nas eleições legislativas da Grécia, que o país "deixou a austeridade para trás".
"A Grécia deixou para trás a austeridade desastrosa. O veredito do nosso povo significa que acabou a troika", disse, referindo-se ao trio formado pelos principais credores do país.
afirmou que "o povo deu um mandato claro", e que agora a Grécia muda de rumo, deixando a "austeridade após cinco anos de humilhação".
Em declaração na Universidade de Atenas, Tsipras afirmou que a decisão do povo grego faz com que a troika de credores seja passado. O líder esquerdista, que está perto da maioria absoluta, disse que é consciente de que as pessoas não lhe dão um cheque em branco, "mas um mandato para reorganizar o país".
Tsipras disse que não há "vencedores nem vencidos" e, por isso, formará um governo "para todos os gregos".
"Hoje, perdeu a Grécia dos oligarcas e dos corruptos", disse ele, que afirmou que "ganhou a Grécia do trabalho, do conhecimento e da cultura".
Tsipras afirmou também que sua vitória é a de todos da Europa que lutam contra a austeridade que "destroça nosso futuro comum".
"O novo governo negociará com nossos parceiros europeus. O novo governo desmentirá todos os que veem destruição. Não haverá desastre, nem submissão. Nosso objetivo desde o primeiro dia é nos restabelecermos das consequências da crise", disse o líder da coalizão.
Tsipras anunciou ainda que pretende negociar com os mesmos "uma nova solução viável" para a Grécia e Europa devido à dívida, que representa 175% do PIB.
"O novo governo estará disposto a negociar pela primeira vez com nossos sócios uma solução justa, viável, duradoura, que beneficie todos", declarou Tsipras, diante de uma multidão reunida na praça da Universidade de Atenas.
A Grécia aguarda até o fim de fevereiro o desbloqueio da última parcela dos empréstimos acertados com o país com a condição de que sejam respeitados os compromissos firmados com os credores em relação à aplicação das reformas. Desde 2010, os credores acertaram 240 bilhões de euros em empréstimos ao país.
Com informações da AFP e EFE.