Grécia: Syriza anuncia coalizão com partido de direita
Com a união bastante incomum, o partido vencedor também negou a possibilidade do país sair da zona do Euro
O partido de esquerda grego Syriza vai formar um governo de coalizão com a legenda de direita Gregos Independentes, afirmou o líder do partido a repórteres nesta segunda-feira.
"Quero anunciar que a partir deste momento há um governo no país. O Gregos Independentes concede um voto de confiança ao primeiro-ministro Alexis Tsipras. Há um acordo em princípio", disse Panos Kammenos após reunião com Tsipras na sede do Syriza, em Atenas.
"O primeiro-ministro vai encontrar o presidente hoje para seu juramento e vai anunciar a composição do governo, no qual o Gregos Independentes terá participação", acrescentou.
A aliança entre partidos que se posicionam em lados opostos do espectro político marca uma união incomum entre forças que se juntaram pela oposição comum ao resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional à Grécia.
Sobre a temida saída da zona do euro da Grécia, o deputado do Syriza, Yanis Varufakis, possível novo ministro de Finanças da Grécia, descartou a possibilidade e assegurou que o partido não buscará "o confronto".
Em declarações ao programa de radio Today, da BBC, Varufakis disse que o novo governo grego liderado pela Syriza negociará construtivamente uma reestruturação da dívida do país com Bruxelas.
"Houve um pouco de pose de nossa parte", declarou o parlamentar de nacionalidade grega e australiana. O deputado explicou que o "importante agora é se sentar e conversar" sobre a melhor maneira de reorganizar o pagamento da dívida grega.
"'Grexit' (a saída da Grécia do euro) não está sobre a mesa, não vamos ir para Bruxelas ou Frankfurt com um enfoque de confronto", afirmou.
Varufakis disse que o atual calendário de pagamento da dívida "é complemente impraticável e totalmente desligado do crescimento grego", o que não é positivo para nenhuma das partes envolvidas, segundo o deputado.
"O que queremos é conectar nossos pagamentos com o crescimento", defendeu.
Com informações da Reuters e EFE.