Greve interrompe tráfego de trens pelo segundo dia na França
Governo prevê reforma que pode colocar operadora de serviços e rede ferroviária em uma única holding; plano será debatido pelo Parlamento na próxima semana
Metade das viagens de trem pela França foram canceladas nesta quinta-feira, no segundo dia de uma greve contra os planos de uma reforma ferroviária, o que provocou uma das piores interrupções nesses serviços no país nos últimos anos.
A greve pode prolongar-se na sexta-feira, após sindicatos terem dito que uma reunião de emergência com representantes do governo do presidente François Hollande terminou sem um acordo.
Os sindicados querem que o governo abandone os planos de uma reforma que colocaria a operadora de serviços SNCF e a rede de ferrovias RFF em uma única holding, mas, no entanto, as preservaria como entidades separadas.
Os grevistas querem que as duas sejam fundidas em uma única operação, como foi o caso até 1997, e também exigem que o governo assuma os cerca de 40 bilhões de euros da dívida das duas empresas.
"Estamos muito nervosos com a displicência mostrada pelo governo”, disse a sindicalista Nathalie Bonnet, do sindicato SUD-Rail, a uma TV francesa após sair da reunião com o representante do Ministério dos Transportes, Frédéric Cuvillier. “Não obtivemos nenhum progresso.”
Os trabalhadores da SNCF temem que suas condições de trabalho seja prejudicadas e argumentam que as má situação das ferrovias foi a causa de um acidente de 2013 no qual sete pessoas morreram em um descarrilamento ao sul de Paris.
A reforma ferroviária será debatida pelo Parlamento francês na próxima semana. Os sindicatos vão definir no fim do dia se prolongarão a greve.