Homens de Bin Laden são presos por planejar atacar Vaticano
Nove pessoas foram detidas na Itália; investigação aponta a presença de um suicida que pretendia cometer atentado no Vaticano
A polícia da Itália realizou uma operação nesta sexta-feira contra suspeitos de integrarem uma célula terrorista na Sardenha ligada à rede Al-Qaeda. Foram emitidas 20 medidas de prisão cautelar, mas apenas nove pessoas foram detidas. As outras são procuradas. De acordo com as autoridades, interceptações de conversas do grupo apontaram para a presença de um suicida na Itália que pretendia cometer um atentado no Vaticano desde março de 2010. A polícia informou também que a organização planejava uma luta armada contra o Ocidente e atentados contra o governo do Paquistão. As investigações foram conduzidas pela Promotoria de Cagliari junto com departamentos policiais especializados em terrorismo.
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O caso foi iniciado depois de surgirem indícios sobre uma organização envolvida em crimes transnacionais aliada à Al-Qaeda e a outras formações radicais. Dois homens do grupo extremista que atuava na Sardenha fizeram parte da equipe que protegia o ex-líder da Al-Qaeda Osama Bin Laden, morto em uma operação dos Estados Unidos, em Abbottabad, em 2011. A polícia teve acesso a conversas entre eles e familiares de Bin Laden. Outros membros são suspeitos de envolvimento ao atentado contra o mercado de Peshawar em 2009.
A organização usava a Itália como roteiro intermediário para organizar atentados no Paquistão e no Afeganistão e para acessar o norte da Europa. A chegada de membros radicais à Itália ocorria com vistos de trabalhos oferecidos por empresários ou com documentos falsos de imigrantes vítimas de perseguições étnicas ou religiosas. O ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, afirmou que a operação policial demonstra que "o sistema funciona" e que a Itália "é um grande país capaz de resolver estes problemas".
Vaticano
O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse que os indícios apontados pela polícia italiana sobre riscos de atentados no Vaticano "não são preocupantes". "Pelo que sabemos, o atentado foi elaborado em 2010 e não teve seguimento. Então isso não é relevante, nem há motivos para preocupações especiais", disse o religioso à ANSA. "Todos nós estamos expostos e temos medo, mas o papa Francisco está tranquilo", acrescentou.