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Inglaterra: lei que libera casamento gay entra em vigor amanhã

Lei foi aprovada ano passado e afeta Inglaterra e Gales; na Escócia, liberação ocorrerá no fim deste ano e Irlanda ainda não legislou a respeito

28 mar 2014 - 10h15
(atualizado às 11h20)
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<p>Um casal gay de mãos dadas durante um comício em apoio à decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos sobre direitos do casamento em San Diego, Califórnia, em junho de 2013</p>
Um casal gay de mãos dadas durante um comício em apoio à decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos sobre direitos do casamento em San Diego, Califórnia, em junho de 2013
Foto: Reuters

A lei que autoriza os casamentos entre casais do mesmo sexo entra em vigor amanhã, sábado, na Inglaterra e em Gales, com dúzias de uniões já programadas para este fim de semana.

A chamada "Lei do Casamento" recebeu sinal verde ano passado no parlamento de Westminster, mas só afeta Inglaterra e Gales, pois a Escócia já aprovou a sua própria, que entrará em vigor no final de ano, enquanto a Assembleia norte-irlandesa ainda não legislou a respeito.

Esta lei do casamento gay foi aprovada oito anos depois de entrar em vigor no Reino Unido as uniões civis nas prefeituras para casais do mesmo sexo, que deram direitos e responsabilidades semelhantes ao casamento civil, mas sem o status de casados.

Com essas uniões, os casais homossexuais podem, por exemplo, herdar o patrimônio do outro em caso de morte, mas não podem mudar de sobrenome como no caso dos casados.

Com a lei que entra amanhã em vigor, os casais do mesmo sexo poderão se casar exatamente como os heterossexuais em prefeituras e templos religiosos que os autorizem, mas não na Igreja Anglicana.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, foi um firme defensor do casamento homossexual, apesar das críticas de muitos de seus correligionários conservadores e da hierarquia anglicana.

Para marcar a data, o governo britânico deve içar amanhã em alguns edifícios públicos a bandeira do arco-íris.

O vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, pediu que os britânicos brindem a celebração destas primeiras bodas, um momento "muito transcendente" para o Reino Unido.

A rejeição da igreja obrigou a lei a incluir a proibição destes casamentos em templos anglicanos.

Mas o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, já suavizou o tom em relação ao assunto ao indicar que a igreja aceitou a existência de uma lei que autoriza estas bodas.

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"Acho que a Igreja reagiu aceitando completamente que isto é a lei, e deveria reagir no sábado ao continuar demonstrando com palavras e ações o amor de Cristo por todos os seres humanos", disse Welby esta semana ao jornal "Guardian".

Esses comentários marcam um giro no tom empregado até agora, já que bispos anglicanos escreveram mês passado uma carta em que tentavam proibir que clérigos anglicanos homossexuais pudessem se casar.

Segundo o "Guardian", pelo menos sete casais de membros do clero planejam celebrar seu casamento assim que a nova lei entrar em vigor.

A Igreja Anglicana está profundamente dividida na pauta do casamento gay, e Welby tenta evitar que esse cisma se estenda ao Reino Unido, onde algumas congregações evangélicas conservadoras ameaçaram abandonar a Igreja da Inglaterra se ela finalmente aceitar realizar casamentos homossexuais em seus templos.

Uma recente pesquisa de opinião feita pela emissora britânica "BBC" Rádio 5 mostrou que 68% dos entrevistados acredita que o casamento gay deve ser permitido, frente aos 26% que se opõem.

A pesquisa, que entrevistou 1.007 pessoas, indicou que as mulheres são mais propensas a respaldar o casamento homossexual do que os homens, com 75% de apoio feminino a essas uniões contra 61% dos homens.

Além disso, a lei prevê que homossexuais britânicos que tenham se casado no exterior terão a união reconhecida como casamento também no Reino Unido.

EFE   
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