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Inundações nos Bálcãs deixam 44 mortos e situação se agrava

Diversos países da União Europeia, dos Bálcãs e a Rússia enviaram dezenas de equipes de resgate, assim como medicamentos e suprimentos básicos aos países

18 mai 2014 - 19h42
(atualizado em 19/5/2014 às 08h36)
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Foto: Reuters

Pelo menos 44 pessoas morreram nos Bálcãs, especialmente na Bósnia e na Sérvia, países devastados pelas piores inundações em 120 anos e que deixaram milhares de desabrigados.

"Em Obrenovac (perto de Belgrado) encontramos 12 corpos", disse o primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vucic, que informou um balanço de 16 mortes no país.

Na Bósnia, as autoridades anunciaram pelo menos 27 mortos. As inundações também provocaram uma morte na Croácia.

"Infelizmente, acreditamos que o número de mortos será ainda maior", disse Vucic.

"O que aconteceu foi algo que ocorre uma vez a cada mil anos, não uma vez a cada 100 anos. Conseguimos evitar uma catástrofe maior graças a uma boa organização", completou.

Na região de Obrenovac, Sérvia, o rio ameaça a central térmica Nikola Tesla, que produz 50% da energia elétrica consumida no país. Segundo um jornalista da AFP que estava no local, a central está completamente isolada pelas águas. Cerca de dez homens usaram sacos de areia para formar barreiras e evitar que a água entre na usina.

Um pouco mais ao nordeste, milhares de voluntários de Sremska Mitrovica e de outras localidades reforçaram durante a noite os diques com um milhão de sacos de areia. A informação foi dada à AFP pelo voluntário Veljko Jankovic, 34 anos, que trabalhou no local.

Em Obrenovac, cidade 90% submersa pelas águas, a maior parte dos 20 mil habitantes já foi evacuada do local.

A televisão estatal divulgou imagens mostrando meia dúzia de vacas que conseguiram montar no telhado de uma granja, e um helicóptero conseguiu resgatá-las.

Equipes de socorro a bordo de um barco pneumático conseguiram salvar um cachorro perdido usando uma coleira que latia em meio às águas, abrigado no teto de um carro.

Pelo menos 44 pessoas morreram nos Bálcãs, especialmente na Bósnia e na Sérvia, onde as intempéries deixaram dezenas de milhares de desabrigados.

Em função especialmente dos deslizamentos de terra, as autoridades acenderam um alerta contra possíveis deslocamentos de campos de minas da época da guerra civil (1992-95), cujo numero chega a 120 mil. 

Diversos países da União Europeia, dos Bálcãs e a Rússia enviaram dezenas de equipes de resgate, assim como medicamentos e suprimentos básicos.

Em Belgrado, milhares de voluntários reforçaram os diques com sacos de areia. O prefeito da capital sérvia, Sinisa Mali, garantiu que a cidade estava "pronta para a onda" que se aproxima.

Na Bósnia, país etnicamente dividido desde a guerra dos anos 1990, os muçulmanos foram ajudar os afetados das regiões sérvias. Já os muçulmanos atingidos na região de Zenica foram acolhidos em escolas de Zepce, uma localidade croata.

Na Croácia, diversos milhares de pessoas foram evacuadas no leste do país, especialmente na região de Gunja, invadida pelas águas.

O papa Francisco pediu neste domingo à multidão reunida na Praça de São Pedro orações pelas vítimas das inundações nos Bálcãs.

Mais de 100 mil residências permanecem sem energia elétrica na Sérvia e na Bósnia.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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