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Europa

"Invejo Obama porque pode espionar e nada acontece", diz Putin

19 dez 2013 - 10h37
(atualizado às 10h39)
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Putin fala durante entrevista coletiva anual, em Moscou
Putin fala durante entrevista coletiva anual, em Moscou
Foto: AP

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira que a espionagem é uma das profissões mais antigas do mundo, disse que inveja o presidente Barack Obama por "poder" espionar e elogiou a nobreza do Edward Snowden, o ex-técnico da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), asilado na Rússia.

"(A espionagem) sempre existiu. É uma das profissões mais antigas do mundo, ao lado de algumas outras. Não vamos enumerá-las. Não há tantas profissões tão antigas", disse, com ironia, Putin durante sua entrevista coletiva anual.

O chefe do Kremlin assegurou que as criticadas "escutas" feitas pelos serviços secretos americanos têm como objetivo a luta antiterrorista. "Deus me livre, não vou justificar a ninguém. Mas é justo dizer que tudo o que se faz, principalmente, na luta contra o terror, são atividades antiterroristas", disse.

Quanto às críticas que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu na Europa pelas escutas a seus aliados, reconheceu: "O invejo (Obama). O invejo, já que pode fazer (escutas) e não vai acontecer nada".

Putin admitiu que as atividades de espionagem "têm componentes negativos" e que "politicamente, certamente, deve se limitar o apetite dos serviços secretos". "Deve haver regras mais ou menos compreensíveis e acordos concretos, também de caráter moral", ressaltou.

Ao mesmo tempo, considerou "nobre, embora complicada" a decisão de Snowden de revelar informação classificada sobre o trabalho dos serviços secretos dos Estados Unidos. "Não nego que não me é indiferente. Acho que graças a Snowden mudou muito na cabeça de milhões de pessoas, incluído nas dos maiores grandes dirigentes políticos da atualidade", afirmou Putin.

O líder também reconheceu que nunca se chegou a reunir com o ex-técnico americano, que recebeu em agosto asilo temporário na Rússia e que a Justiça americana pede que seja extraditado.

"Não, não conheço pessoalmente o senhor Snowden, nunca me encontrei com ele. É um homem nobre, interessante, mas ele tem seus assuntos e eu, os meus familiares. Ele deve decidir seu futuro. Nisso, nem o ajudamos, nem o limitamos, simplesmente lhe demos asilo", disse.

Putin também insistiu que "no plano operacional" a Rússia "não trabalha e nunca trabalhou" com Snowden, nem tentou arrancar-lhe informações sobre seu antigo trabalho. E negou que a Rússia tenha algum conhecimento sobre a informação privilegiada à qual o norte-americano teve acesso, ao que lembrou que como condição para permanecer na Rússia deve se abster de realizar atividades contra os interesses dos Estados Unidos.

EFE   
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