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Britânicas deixam maridos e levam 9 filhos para o EI

Acredita-se que irmãs e 9 filhos tenham ido à Síria se juntar ao Estado Islâmico

19 jun 2015 - 15h24
(atualizado às 18h31)
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Três irmãs britânicas levaram seus nove filhos à Síria, onde possivelmente se juntaram ao Estado Islâmico, disse à BBC um atravessador de pessoas que trabalha para o grupo extremista. As irmãs Khadija, Sugra e Zohra Dawood e seus filhos, de entre 3 e 15 anos, desapareceram depois de terem ido à Arábia Saudita para uma peregrinação religiosa. Elas viajaram para Medina no dia 28 de maio e foram vistas pela última vez num hotel da cidade.

Acredita-se que irmãs e 9 filhos tenham ido à Síria se juntar ao Estado Islâmico
Acredita-se que irmãs e 9 filhos tenham ido à Síria se juntar ao Estado Islâmico
Foto: BBC

O grupo foi separado em dois para entrar na Síria, disse o atravessador. O primeiro grupo atravessou no início da quarta-feira e o segundo na quinta, disse a fonte, responsável por algumas operações de fronteira do EI.

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Na terça-feira, dois dos maridos fizeram um apelo emocionado para que elas voltem. Akhtar Iqbal e Mohammed Shoaib disseram que "não poderiam viver" sem suas famílias e imploraram para que elas voltem para casa. "Estou tremendo e sinto sua falta. Já faz tempo", diz Iqbal à esposa, Sugra.

Já Shoaib, marido de Khadija, rejeitou acusações de que as irmãs estariam infelizes com as relações, dizendo que ele e sua mulher, juntos há 11 anos, tinham um "relacionamento perfeito".

Ambos teriam ficado chocados ao saber que as mulheres haviam entrado na Síria, disse o advogado deles, Balaal Khan. Syed Zubair Ahmed, ex-marido de Zohra, não participou da coletiva de imprensa. Ele vive no Paquistão há sete meses.

A família deveria ter retornado à Grã-Bretanha após a peregrinação, mas os maridos as deram como desaparecidas quando elas não retornaram. A última vez que falaram com as crianças foi em 8 de junho.

Acredita-se que um irmão das mulheres tenha se juntado a extremistas na Síria. As irmãs teriam perdido um voo à Arábia Saudita em março após serem questionadas por autoridades de segurança.

'Ida sem volta'

A atuação de atravessadores é conhecida na Síria e diferentes grupos operam redes que movimentam pessoas, dinheiro e armas, disse o correspondente da BBC Paul Wood, que está na fronteira entre a Turquia e a Síria.

Forças de segurança turca atiram com frequência contra grupos que tentam atravessar a fronteira ilegalmente, mas alguns atravessadores atuariam sob conhecimento de forças de segurança turcas.

Mohammed Shoaib, marido de Khadiji Bibi Dawwood, fez um apelo emocionado pelo retorno das irmãs
Mohammed Shoaib, marido de Khadiji Bibi Dawwood, fez um apelo emocionado pelo retorno das irmãs
Foto: Getty Images

"Se o que ele diz é verdade, esclarece a principal ambiguidade desta história - se as irmãs estavam realmente indo ao chamado Estado Islâmico, ou para alguma outra parte da Síria, controlada por qualquer outro grupo armado", disse Wood.

Segundo ele, a informação foi dada durante uma conversa casual com o traficante, um conhecido membro do EI, mas quando perguntado se concederia uma entrevista sobre o incidente, o homem pediu um pagamento, o que a BBC se recusou a fazer.

A informação confirma notícias de que uma das irmãs, Zohra, mandou uma mensagem à família de que ela estaria na Síria - mas ela não disse exatamente onde. Uma vez dentro de território controlado pelo EI, as mulheres e as crianças não deverão ter permissão do grupo para voltar

Um ativista que ajuda a retirar aqueles decepcionados com o grupo disse que cerca de 400 pessoas morreram tentando sair - e que 200 mulheres estariam sob prisão domiciliar.

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