Lei italiana incentiva doação de alimentos não vendidos
De acordo com um órgão da ONU, a comida desperdiçada na Europa poderia alimentar 200 milhões de pessoas
Nesta semana, 181 senadores italianos aprovaram um conjunto de leis destinadas a reduzir a grande quantidade de alimentos desperdiçados no país a cada ano. As informações são do site The Independent.
A medida vai incentivar as famílias a levar para a casa comidas inacabadas quando foram ao restaurante, além de remover os obstáculos para que agricultores e supermercados possam doar alimentos para a caridade.
A meta é cortar os cinco milhões de toneladas de mantimentos desperdiçados a cada ano no país. O Ministério da Agricultura informou que isto causa um prejuízo de £ 12 bilhões por ano, ou cerca de 1% do PIB italiano.
O governo considera esses números alarmantes e injustificáveis. A dívida pública do país vem crescendo desde 2003 e, atualmente, a taxa de desemprego está em 20% e milhões de italianos vivem na pobreza.
Há três meses, a justiça da Itália considerou que roubar pequenas quantidades de comida por causa da fome não é crime. As novas leis procuram tornar as doações mais fáceis, permitindo que empresas as registrem de forma simples no final de cada mês. Os empresários vão pagar menos impostos por aquilo que doarem. Já os agricultores poderão dar o que não for vendido para a caridade, sem incorrer em custos adicionais.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) revelou cerca de 40% dos alimentos produzidos são desperdiçados em toda Europa. “Atualmente, a comida desperdiçada na Europa poderia alimentar 200 milhões de pessoas”, disse o órgão, em comunicado.
Na França, os supermercados podem receber multas de £ 62.800 se não assinarem contratos com instituições de caridade para ceder os alimentos que seriam jogados fora.