Itália: Corte de Cassação confirma absolvição de Berlusconi
Procurador-geral de Milão pedia condenação do ex-premiê da Itália pelos crimes de abuso de poder e prostituição de menores
A Corte de Cassação de Roma confirmou nesta terça-feira (10) a absolvição do ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi dos crimes de abuso de poder e prostituição de menores, que agora é definitiva.
Com isso, a principal instância judiciária do país negou o recurso do procurador-geral de Milão, Pietro De Petris, que pedia sua condenação. O ex-premiê chegou a ser sentenciado em primeiro grau a sete anos de prisão por ter mantido relações sexuais em troca de pagamento com a marroquina Karima el Mahroug, conhecida como Ruby, quando ela ainda não tinha completado 18 anos.
Segundo o veredito da quarta seção penal do Tribunal de Milão, a jovem estava inserida "no sistema de prostituição de Arcore", nome da mansão de Berlusconi, onde, sob seu comando, entrava em cena o "bunga-bunga", exibições sensuais organizadas para "satisfazer os seus desejos".
Além disso, de acordo com os magistrados, Berlusconi se aproveitou do cargo de chefe de governo para evitar que tais fatos fossem divulgados e pressionar a polícia da capital da Lombardia para obter a libertação da marroquina, então acusada de furto.
No entanto, em julho do ano passado, a Corte de Apelação de Milão absolveu o ex-premiê porque, segundo a juíza Concetta Lo Curto, não havia provas de que ele sabia que Ruby era menor de idade. O mesmo tribunal também concluiu que a marroquina não tinha "interesse em confessar sua menoridade" e que Berlusconi não tentara intimidar a polícia da cidade para soltar a jovem.
O ex-primeiro-ministro sempre negou as acusações e costuma dizer que promovia apenas festas e jantares em sua mansão, sem o envolvimento de prostitutas. Segundo o ex-premiê, ele dava dinheiro a Ruby apenas para "ajudá-la".
Recentemente, Berlusconi terminou de cumprir uma pena de um ano de realização de serviços sociais por causa de uma condenação por fraude fiscal no processo Mediaset. Embora esteja inelegível até novembro de 2019, ele agora poderá circular livremente pelo país para fazer política.