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Itália: ministra vítima de racismo diz que não pedirá demissão de político

15 jul 2013 - 09h04
(atualizado às 09h26)
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A ministra Cécile Kyenge foi comparada a um orangotango pelo vice-presidente do Senado italiano
A ministra Cécile Kyenge foi comparada a um orangotango pelo vice-presidente do Senado italiano
Foto: AP

A ministra italiana de Integração Cécile Kyenge, originária do Congo, explicou nesta segunda-feira que não tem intenção de pedir a demissão do vice-presidente do Senado e membro do partido Liga Norte, Roberto Calderoli, que a comparou a um "orangotango".

"Eu não vou pedir demissões. É algo que não cabe a mim. O que eu peço é uma reflexão sobre o papel que um funcionário público precisa desempenhar", alfinetou Kyenge durante sua participação em um seminário na cidade de Pescara (centro da Itália).

A titular da pasta respondeu às perguntas se faria coro aos pedidos de demissão do vice-presidente do Senado de diferentes níveis da política e setores da sociedade italiana.

"Não é uma questão pessoal", analisou Kyenge, que acrescentou que também não moverá uma ação legal por racismo.

A polêmica veio à tona ontem quando Calderoli, ex-ministro no governo de Silvio Berlusconi, durante um comício da Liga Norte, disse ainda que Kyenge, a única titular negra do Executivo de Enrico Letta, "faz bem em ser ministra, mas talvez devesse fazer isso em seu país".

"Navego na Internet e vejo as fotografias do governo. Amo os animais, os ursos e lobos, como todos sabem, mas quando vejo as imagens de Kyenge não posso deixar de pensar, embora não diga que (ela) seja um, nas feições do orangotango", acrescentou.

Após a polêmica, Calderoli chamou a ministra para "lhe pedir perdão" e explicou que haviam decidido se reunir no Parlamento para falar sobre o assunto.

A Liga Norte, que não faz parte do governo de coalizão, começou uma campanha contra a ministra devido a suas origens, mas também pela intenção dela de introduzir na Itália o "ius soli"(direito do solo), para que os cidadãos obtenham a nacionalidade do país onde nasceram, independentemente da origem de seus pais.

EFE   
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