Jovens italianas sequestradas na Síria chegam a Roma
Vanessa Marzullo e Greta Ramelli trabalhavam como voluntárias
As jovens voluntárias Vanessa Marzullo, de 21 anos, e Greta Ramelli, de 20 anos, chegaram na madrugada desta sexta-feira à Itália, após ficarem quase seis meses presas como reféns na Síria. O avião que levou as meninas para seu país natal aterrissou por volta das 4h (1h no horário de Brasília) no aeroporto de Ciampino, em Roma.
As voluntárias foram recebidas pelo ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, antes de serem transferidas para o hospital militar, onde foram submetidas a exames. Ainda nesta sexta-feira, as duas deverão prestar depoimento à Procuradoria de Roma, que abriu uma investigação sobre o sequestro. Os familiares de Vanessa e Greta também já estão na capital italiana para encontrá-las.
Vanessa Marzullo, originária da província de Bergamo, é estudante e idealizadora do projeto "Horryaty", que reúne voluntários para levar remédios à Síria e dar cursos de primeiros-socorros. Por sua vez, Greta Ramelli, de Varese, estuda enfermagem e é voluntária da Organização Internacional de Resgates. Ela já havia atuado na Zâmbia e na Índia.
As duas foram sequestradas em 31 de julho de 2014, no norte da Síria, entre Aleppo e Idlib. Em seguida, elas foram entregues a rebeldes da Frente Al-Nusra, o braço sírio da Al-Qaeda. No dia 31 de dezembro, a organização divulgou um vídeo das meninas, usando um chador preto e pedindo ajuda ao governo italiano. Elas diziam que corriam o risco de serem assassinadas.
A notícia da libertação das jovens foi dada na quinta-feira. Roma evita fornecer informações sobre as negociações e nega ter pago pelo resgate. Apesar disso, o líder do partido Liga Norte, Matteo Salvini, disse que o governo teria enviado US$ 12 milhões para o grupo terrorista, em troca das reféns.