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Kerry: há acordo para seguir falando com russos e ucranianos

O responsável da diplomacia americana descartou qualquer acordo sem contar com o governo ucraniano

5 mar 2014 - 19h00
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"Não nos parecia apropriado que falássemos com os russos sem contar com os ucranianos", disse Kerry
"Não nos parecia apropriado que falássemos com os russos sem contar com os ucranianos", disse Kerry
Foto: Reuters

O secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou nesta quarta-feira em Paris que há um "acordo para prosseguir as conversas com os russos e ucranianos" para tentar solucionar a crise da Ucrânia.

"É muito importante resolver a questão pelo diálogo, trabalhamos por uma solução", declarou Kerry à imprensa no final de uma jornada na qual se reuniu na capital francesa com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.

Apesar da ausência de acordo concreto, Kerry assinalou que ocorreram "avanços" e afirmou que "é melhor a situação de hoje que a de ontem".

O responsável da diplomacia americana descartou qualquer acordo sem contar com o governo ucraniano, motivo pelo qual justificou a presença em Paris do ministro das Relações Exteriores desse país, Andrei Deschitsa.

"Não nos parecia apropriado que falássemos com os russos sem contar com os ucranianos", disse Kerry, que negou ter tentado ao longo do dia promover um encontro entre Lavrov e Deschitsa.

Essa reunião não aconteceu, apesar dos dois responsáveis das Relações Exteriores, além dos da França e Alemanha, terem estado na sede do Ministério francês ao longo da tarde.

Fontes diplomáticas indicaram que Lavrov se negou a reunir-se com seu colega ucraniano, representante de um governo que Moscou não reconhece como legítimo.

Apesar da falta de acordo, Kerry assegurou que as negociações abriram ângulos que ele terá que tratar com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e Lavrov com o da Rússia, Vladimir Putin.

"Não esperávamos resolver isto em uma tarde, mas acho que fazemos o que é apropriado para encontrar uma solução sem conflito. As duas partes (Rússia e EUA) e os ucranianos estão de acordo em que a situação tem que ser resolvida com diálogo, protegendo a soberania e a integridade do território ucraniano", acrescentou.

Neste sentido, Kerry pressionou Moscou a retirar suas tropas da Crimeia e abrir assim a possibilidade que a Ucrânia tenha o governo que queiram seus cidadãos.

O secretário de Estado lembrou que a Rússia tomou "uma má decisão" ao "invadir" o território da Crimeia e lembrou que a Otan reforçou seu dispositivo na Polônia e nos países bálticos, que foram suspensas as negociações bilaterais com Moscou, os compromissos militares e a preparação da cúpula do G8 prevista em Sochi.

Ele também pediu à Rússia que permita a presença de observadores internacionais no território e lembrou que o enviado espacial da ONU, Robert Serry, foi ameaçado hoje.

EFE   
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