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Kiev teme que presença de russos seja prelúdio de invasão

Concentração de tropas russas junto à fronteira oriental do país causa temor na Ucrânia

26 abr 2014 - 13h38
(atualizado às 13h38)
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<p>Ucrânia teme ser invadida por Rússia</p>
Ucrânia teme ser invadida por Rússia
Foto: Gleb Garanich / Reuters

O governo da Ucrânia teme que a concentração de tropas russas junto à fronteira oriental do país possa ser o prelúdio de uma invasão, o que obrigou o primeiro ucraniano, Arseni Yatseniuk, a encurtar neste sábado sua visita a Roma após ser recebido pelo papa Francisco.

Horas antes, o vice-ministro de Relações Exteriores ucraniano, Danylo Lubkivsky, alertava na ONU que seu país enfrenta uma possível invasão russa "a qualquer momento" e advertiu que a Ucrânia se defenderá.

A atividade militar russa do outro lado da fronteira se reduziu ligeiramente durante o dia de hoje, como admitiu o ministro da Defesa ucraniano, Mikhail Koval, que, no entanto, indicou que as tropas de Moscou se aproximaram até dois quilômetros da linha de demarcação. "Ao meio-dia quatro aviões de transporte Il-76 voaram junto a nossa fronteira, mas em nenhum momento a cruzaram", disse Koval em entrevista coletiva.

O titular de Defesa opinou que os movimentos de tropas russas junto à fronteira da Ucrânia podem também ter como objetivo fazer o governo de Kiev desistir da "operação antiterrorista" contra os separatistas pró-russos nas regiões do sudeste do país. "Devo dizer que a operação antiterrorista continua, embora não a um ritmo elevado", admitiu.

As forças de segurança e das Forças Armadas não empreenderam hoje ações contra as milícias separatistas entrincheiradas em Slaviansk, o bastião da sublevação pró-russa contra o governo de Kiev.

Nessa cidade, as milícias mantêm retidos desde sexta-feira sete inspetores militares ocidentais (três alemães, um polonês, um dinamarquês, um sueco e um tcheco), cinco oficiais ucranianos e o motorista do ônibus no qual viajavam. Segundo os pró-russos, os inspetores foram "detidos" como suspeitos de espionagem em favor da Otan.

O presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, não titubeou um instante para acusar a Rússia de estar por trás do "sequestro" dos militares ocidentais.

"Este delito não pode ter sido cometido sem autorização ou ordem direta do governo da Rússia, que coordena e apoia terroristas que ocupam edifícios, tomam reféns, torturam e matam pessoas", disse Turchinov, citado por seu escritório de imprensa.

Em Moscou, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou hoje que adota medidas para "resolver a "situação" dos inspetores militares ocidentais retidos. "No marco de suas possibilidades, a parte russa toma medidas para resolver a situação criada pela detenção junto à cidade de Slaviansk de inspetores militares de uma série de Estados", declarou a chancelaria.

Além de anunciar sua intervenção para conseguir a libertação dos inspetores militares, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia indicou que o governo de Kiev deveria ter "estipulado previamente" sua visita a essa região do país.

"Teria sido lógico esperar das autoridades ucranianas que tivessem definido previamente os assuntos relativos à permanência, atividade e segurança dos inspetores em regiões onde não controlam a situação e onde lançaram um operação militar contra os moradores de seu próprio país", acrescentou.

A escalada de tensão na fronteira russo-ucraniana levou os países do G7 a decidir adotar ontem novas sanções à Rússia por não cessar seu apoio às milícias pró-russas e para garantir a realização pacífica das eleições presidenciais ucranianas convocadas para o dia 25 de maio.

Em declaração conjunta, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Alemanha, Canadá e Japão anunciaram seu compromisso para "atuar urgentemente e intensificar as sanções e outras medidas que aumentem os custos das ações russas".

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EFE   
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