Líderes mundiais e veteranos de guerra fizeram uma cerimônia para lembrar os 70 anos do chamado Dia D da Segunda Guerra Mundial, quando houve o desembarque de soldados aliados para libertar a Europa do comando nazista, e a anfitriã França buscou utilizar o evento para fazer uma abordagem amigável sobre a crise na Ucrânia.
Coroas de flores, desfiles e paraquedistas honraram a maior ofensiva militar anfíbia da história, em 6 de junho de 1944, quando 160 mil soldados britânicos, norte-americanos e canadenses avançaram para confrontar forças alemãs, acelerando a derrota do inimigo e levando paz à Europa.
Veteranos de guerra, alguns em cadeiras de rodas, aniram-se aos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente francês, François Hollande, para comemorar a vitória e reafirmar os laços entre EUA e França perante as dez mil lápides de mármore de soldados norte-americanos mortos, no Cemitério Americano da Normandia.
Obama e o presidente russo, Vladimir Putin, mantiveram um breve encontro informal à margem da cerimônia, segundo o gabinete de Hollande. A Casa Branca confirmou a informação e disse que os dois conversaram por cerca de 10 a 15 minutos.
O presidente americano disse na cerimônia que a faixa de 80 quilômetros da costa da Normandia - onde soldados aliados chegaram sob o fogo inimigo - foi uma “pequena tira de areia sobre a qual esteve mais do que o destino da guerra, mas o curso da história humana”.
“Nossa vitória nessa guerra decidiu não apenas o século, mas moldou a segurança e o bem-estar de toda a posteridade”, disse Obama.
O presidente dos EUA buscou ligar os sacrifícios da Segunda Guerra Mundial ao dos soldados norte-americanos mortos em combate desde os ataques terroristas de 11 de setembro por militantes islâmicos da Al-Qaeda.
Hollande declarou que a França “nunca esqueceria a solidariedade entre nossas duas nações, solidariedade baseada em um ideal compartilhado, a aspiração, a paixão pela liberdade”.
Falando mais cedo na cidade de Caen, que foi devastada pelo combate, o presidente francês honrou civis de seu país que foram mortos durante a invasão aliada, classificando o Dia D como as “24 horas que mudaram o mundo e marcaram para sempre a Normandia”.
Vinte e um líderes estrangeiros comparecerão a uma série de comemorações, incluindo Putin, a rainha britânica Elizabeth e o primeiro ministro David Cameron; além do primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, e a chanceler alemã, Angela Merkel.
Mas, embora a unificação dos aliados e seus sacrifícios tenham sido o tema central das recordações do Dia D, líderes do governo estavam se consultando privadamente sobre a mais série crise europeia em mais de duas décadas: a Ucrânia.
A anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia, em março, e o atual impasse no leste da Ucrânia entre forças do governo e separatistas pró-Rússia levaram o relacionamento de Moscou com os Estados Unidos e a União Europeia ao pior patamar desde o fim da Guerra Fria.
O veterano da Segunda Guerra Mundial, Fred Holborn, da Air Arm Fleet, faz saudação em frente às bandeiras da British Legion Union que trazem mensagens de agradecimento a todos os soldados mortos no Dia D; 20 mil bandeiras foram colocadas na areia na praia perto da cidade de Asnelles, França; cada uma traz mensagem personalizada em memória aos mortos britânicos. Nesta sexta-feira 6 de junho, completam-se 70 anos do Dia D, em que 156 mil tropas dos países aliados, incluindo o Reino Unido e os Estados Unidos, se uniram para lançar um ataque nas praias da Normandia, o que foi considerado o momento da eventual derrota da Alemanha nazista
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Vinte mil bandeiras foram colocadas na areia na praia perto da cidade de Asnelles, França; cada uma traz mensagem personalizada em memória aos mortos britânicos.
Uma série de eventos comemorativos do 70º aniversário do Dia D estão previstas para esta semana com diversos chefes de Estado que viajam para os locais onde lutas aconteceram para prestar homenagens àqueles que perderam suas vidas
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Soldados participam de homenagens prévias aos 70 anos do Dia D, na cidade de Ranville, França; na foto, eles estão ao lado da primeira casa a ser libertada na noite em que se iniciavam as batalhas na Normandia em 6 de junho de 1944, que foi chamado "Dia D"
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Balões nas cores da bandeira francesa foram soltos na cidade de Picauville, França, durante celebrações na véspera dos 70 anos do Dia D
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Cruzes e lápides de cemitério alemão, onde estão enterrados cerca de 21 mil soldados da Alemanha que lutaram na Segunda Guerra Mundial, em La Cambe, França.
Nesta sexta-feira, 6 de junho, completam-se 70 anos do Dia D, no qual 156 mil tropas dos países aliados uniram forças para lançar um ataque nas praias da Normandia; batalhas são creditadas como essenciais para marcar a derrota da Alemanha
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Homens se vestem como soldados americanos da Segunda Guerra Mundial durante visitas ao cemitério na cidade francesa de La Cambe, onde cerca de 21 mil soldados alemães da Segunda Guerra Mundial estão enterrados
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O Príncipe de Gales, Charles, e a duquesa de Cornualha, Camilla, chegam para homenagens a veteranos de guerra perto da ponte Pegasus (também conhecida como Ponte Bénouville - a tomada desta ponte na região francesa foi uma importante vitória estratégica dos Aliados), durante as comemorações dos 70 anos do Dia D, nesta quinta-feira em Ranville, na França
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Homenagens aos veteranos de guerra acontecem nesta quinta-feira na cidade de Ranville, na França; na imagem, é possível ver o prédio do "Cafe Gondree", primeiro a ser libertado das tropas alemãs durante o dia 6 de Junho de 1944
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O veterano de guerra, Henry McGill, se assenta em uma moto Matchless, modelo usada por ele na 5ª Guarda no dia 6 de junho, há 70 anos
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O veterano de guerra Bill Bray participa de homenagens desta quinta-feira; ele está próximo ao "Cafe Gondree", primeira casa na França a ser libertada durante os conflitos de 1944
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Veteranos foram homenageados por franceses nesta quinta-feira
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Nesta sexta-feira, o Dia D completa 70 anos; diversas homenagens estão programadas para acontecer durante os próximos dias
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O presidente americano o presidente francês olham mar da praia de Omaha durante uma cerimônia conjunta de comemoração francesa-americana do Dia D nesta sexta-feira, no Cemitério e Memorial em Colleville-sur-mer, Normandia, onde pelo menos 10 mil soldados americanos estão enterrados
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"Sempre que o mundo os tornar cínicos, parem por um segundo e pensem nestes homens", declarou o presidente americano neste cemitério onde se encontram várias fileiras de cruzes brancas - onde estão enterrados mais de 10 mil soldados dos EUA
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Alfinetes de lapela canadenses são vistos abaixo de uma placa onde se lê, em francês, "Nós nos lembraremos" na antiga zona de desembarque do Dia D, na praia de Juno, Bernieres-sur-Mer, França; nesta sexta-feira, líderes mundiais e veteranos estão reunidos em praias da Normandia para marcar o 70 º aniversário do desembarque do Dia D da Segunda Guerra Mundial
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Rainha Elizabeth e príncipe Charles participam de cerimônia franco-britânica no cemitério de guerra britânico em Bayeux, nesta sexta-feira; líderes mundiais e veteranos estão reunidos em praias da Normandia para marcar o 70 º aniversário do desembarque do Dia D da Segunda Guerra Mundial
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Rainha Elizabeth II fala com o presidente dos EUA, Barack Obama, durante reunião de líderes mundiais que participam das cerimônias dos 70 anos do Dia D no Chateau de Benouville, cidade de Benouville; as cerimônias relembram a "Operação Overlord" das Forças Aliadas na Normandia, que levou à libertação da França ocupada e o fim da guerra contra a Alemanha nazista
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O presidente Obama posa para foto oficial junto do presidente da Rússia, Valdimir Putin, e outros líderes que participaram da cerimônia do 70º aniversário do Dia D, no Castelo de Benouville, em 6 de junho
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Os presidentes Hollande e Obama assistem à cerimônia do Dia D, em um cemitério e memorial em Colleville-sur-Mer
Foto: Reuters
O governador-geral da Nova Zelândia, Jerry Mateparae, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o primeiro- ministro da Austrália, Tony Abbott, colocam coroas de flores em túmulo durante cerimônia no Cemitério de Guerra britânico em Bayeux, em 6 de junho
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Um veterano britânico caminha ao lado de túmulos antes de participar da cerimônia no Cemitério de Guerra Britânico em Bayeux, na França, em 6 de junho
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