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Líderes mundiais exigem respostas sobre avião derrubado

Desastre deve influenciar a pressão internacional para uma resolução da crise na Ucrânia

18 jul 2014 - 12h41
(atualizado às 12h41)
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<p>Destro&ccedil;os do Boeing da&nbsp;Malaysia&nbsp;Airlines, que foi abatido na quinta-feira, s&atilde;o vistos&nbsp;perto da aldeia de Rozsypne, na regi&atilde;o de Donetsk, em 18 de julho</p>
Destroços do Boeing da Malaysia Airlines, que foi abatido na quinta-feira, são vistos perto da aldeia de Rozsypne, na região de Donetsk, em 18 de julho
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters

Líderes mundiais exigem uma investigação internacional sobre a derrubada de um avião de passageiros da Malásia, com 298 pessoas a bordo, sobre a Ucrânia oriental, uma tragédia que pode marcar um momento crucial na pior crise entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.

Enquanto a Ucrânia busca apoio internacional contra a Rússia, duas autoridades dos Estados Unidos disseram que Washington suspeita fortemente que o Boeing 777 da Malaysia Airlines foi derrubado por um míssil disparado por separatistas ucranianos apoiados por Moscou.

Não há sobreviventes do acidente de quinta-feira, o maior ataque até hoje a um avião comercial, que espalhou destroços e corpos por quilômetros de território controlado pelos rebeldes perto da fronteira com a Rússia.

Bandeiras brancas improvisadas marcam os locais onde os corpos caíram em campos de milho, em meio aos escombros. Alguns, despidos pela força do acidente, foram cobertos por folhas de polietileno presas com pedras nas pontas. Sobre um dos corpos foi colocada uma flor.

Uma mulher contou como um cadáver caiu em sua cozinha quebrando o telhado de sua casa. "Houve um barulho alto e tudo começou a sacudir. Então objetos começaram a cair do céu", disse Irina Tipunova, de 65 anos. "E então eu ouvi um estrondo e ela caiu na cozinha".

A escala do desastre deve influenciar a pressão internacional para uma resolução da crise na Ucrânia, que matou centenas de pessoas desde que os protestos pró-Ocidente derrubaram o presidente apoiado por Moscou em Kiev em fevereiro e a Rússia anexou a Crimeia, um mês depois.

Vários países ocidentais impuseram sanções à Rússia pela crise na Ucrânia, mas os Estados Unidos adotaram uma posição mais incisiva do que a União Europeia. Analistas afirmam que a resposta da Alemanha e de outras potências da UE para o incidente - possivelmente impondo mais sanções - pode ser crucial para decidir a próxima fase do impasse com Moscou.

Alguns comentaristas compararam a situação ao naufrágio do transatlântico Lusitania, provocado pela Alemanha, em 1915, o que ajudou a empurrar os Estados Unidos para a Primeira Guerra Mundial, mas não se espera que a indignação do Ocidente com a tragédia de quinta-feira leve a uma intervenção militar.

A chanceler alemã, Angela Merkel, em uma resposta inicial disse que era muito cedo para decidir sobre novas sanções antes de ser apurado exatamente o que tinha acontecido com o avião.

O Reino Unido afirmou ser necessária uma investigação internacional liderada pela ONU antes que sanções adicionais sejam seriamente consideradas.

Kiev e Moscou se acusaram mutuamente após o desastre, desencadeando uma nova fase em sua guerra de propaganda.

O avião caiu a cerca de 40 da fronteira com a Rússia, perto da capital regional de Donetsk. A região é um reduto de rebeldes que lutam contra as forças do governo ucraniano, os quais já derrubaram aviões militares da Ucrânia.

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Foto: Arte Terra

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