Líderes reunidos no G20 se dividiram sobre ataque à Síria, diz Putin
Putin diz que Rússia, China, Indonésia, Índia, África do Sul e Brasil são contra uma intervenção na Síria, enquanto Turquia, Canadá, Arábia Saudita, França, Estados Unidos e Reino Unido são a favor
O presidente russo, Vladimir Putin, ignorou a guerra civil na Síria em seu discurso de encerramento do encontro do G20 em São Petersburgo, na Rússia, mas o tema esteve no centro de grande parte das perguntas feitas por jornalistas a ele após o seu discurso. Putin afirmou que os presidentes reunidos no evento passaram toda a noite de quinta-feira discutindo uma solução ao conflito sírio, que, segundo ele, representa uma ameaça à economia internacional .
O presidente russo falou que as lideranças reunidas no G20 se dividiram sobre uma ação militar na Síria. Putin citou que Rússia, China, Indonésia, Índia, África do Sul e Brasil se posicionaram contra uma intervenção, enquanto Turquia, Canadá, Arábia Saudita, França, Estados Unidos e Reino Unido defenderam a ação militar. Ele também lembrou que pesquisas de opinião na Europa e nos Estados Unidos apontam que a maioria da população desses países é contra uma ação militar.
De maneira geral, o presidente russo preferiu tratar o conflito no Oriente Médio pelo viés econômico, fazendo referência ao petróleo produzido na região. "Tudo que compete ao Oriente Médio afeta o mundo econômico de maneira direta. Quando conflitos emergem de lá, os preços sobem e suprimem o crescimento", afirmou. “É contraproducente desestabilizar a situação política no Oriente Médio”.
Execução na Síria
No dia 5 de abril, o jornal NYT publicou um vídeo que mostra sete soldados sírios sendo executados por um grupo de rebeldes. As imagens chocaram a comunidade internacional. Clique na foto e saiba mais.
Putin também afirmou que existem pontos de vista que indicam que as armas químicas foram utilizadas pelos rebeldes como provocação para que estrangeiros intervissem na Síria. E também que "países pequenos estão se sentindo vulneráveis e desprotegidos porque qualquer superpotência pode atacá-los", fazendo referência direta à iminente intervenção americana na região.
Reunião com Obama
O presidente russo afirmou que teve uma reunião "muito construtiva" por cerca de 20 minutos com o presidente americano, Barack Obama. Putin ressaltou que apesar de possuírem opiniões diferentes, os dois ouviram um ao outro e discutiram opções que a comunidade internacional tem sobre a Síria, mas não especificou nem o conteúdo da conversa nem quais opções seriam estas. Ele ainda afirmou que os chanceleres de ambos os países se reunirão em breve para tratar da questão síria.
Putin também disse que não conversou com Obama sobre espionagem e Edward Snowden, o ex-técnico da CIA que é procurado pelos Estados Unidos por revelar documentos secretos e recebeu asilo temporário da Rússia. Putin ressaltou que a decisão de conceder asilo a Snowden se deve ao fato deste não ter cometido crimes em território russo. "Ele chegou aqui por acidente, nós não o convidamos. A mídia assustou tanto todo mundo que ele acabou ficando preso em nosso aeroporto (em Moscou)", disse.
Caso Snowden
Também durante a entrevista, Putin negou que tenha motivos para extraditar o ex-técnico da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos Edward Snowden. A oferta de asilo pelo governo russo azedou a relação entre Moscou e Washington. O gesto diplomático mais forte até o momento foi o cancelamento de uma viagem de Obama à Rússia para uma reunião bilateral que ocorreria antes da cúpula de líderes do G20.
“Ele (Snowden) não foi julgado aqui, por que seria extraditado? Ele veio para a Rússia por acaso, não o convidamos. Ele não pôde ir à América do Sul”, declarou Putin. Apesar do tema controverso entre os dois países, Putin negou que tenha tratado do caso Snowden com Obama na conversa bilateral que os dois líderes tiveram na noite da última quinta-feira.
Começou nesta quinta-feira, em São Petersburgo, na Rússia, a cúpula do G20, grupo dos países com as maiores economias do mundo
Foto: AP
Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que participa da cúpula preocupado com a situação na Síria e com imagem abalada por denúncias de espionagem contra presidentes de Brasil e México
Foto: AP
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, abriu o encontro
Foto: AP
A presidente Dilma Rousseff
Foto: AP
O primeiro-ministro britânico David Cameron
Foto: AP
O presidente do México, Enrique Peña Nieto
Foto: AP
Presidentes da França, François Hollande, e da China, Xi Jinping
Foto: AP
Premiê do Japão, Shinzo Abe
Foto: AP
Primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel
Foto: AP
Recep Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da Turquia
Foto: AP
Presidente da Coreia do Sul, Park Guen-hye
Foto: AP
Ibrahim Al-Assaf, ministro da Economia da Arábia Saudita
Foto: AP
Compartilhar
Publicidade
Diante das evidências que aponta para o uso de armas químicas pelo regime sírio na guerra civil do país, a comunidade internacional costura a possibilidade de uma intervenção militar para "punir" o governo de Bashar al-Assad. Apesar de teoricamente uma intervenção precisar de apoio do Conselho de Segurança da ONU, algumas fontes aponta que o início de um ataque militar é iminente. Esta eventual ação seria liderada pelos Estados Unidos e reuniria vários países ocidentais, como a França e a Grã-Bretanha, com o apoio de países da região, como a Turquia. Conheça parte do arsenal bélico e das instações desta coalizão para um eventual ataque. Na imagem, o destróier americano USS Gravely, na costa da Grécia, em junho de 2013
Foto: AFP
Avião americano F-16 decolando de base aérea em Azraq, na Jordânia
Foto: AFP
Tanques israelenses nas Colinas de Golã, próximo à fronteira com a Síria
Foto: AFP
Aviões americanos F-15 Eagles
Foto: AFP
Avião americano F-16CJ na base aérea de Incirlik, na Turquia
Foto: AFP
Soldados americanos descarregam mísseis AIM-9 Sidewinder na base aérea de Incirlik
Foto: AFP
Bombas MK-82 na base aérea americana de Incirlik, na Turquia
Foto: AFP
Sistema de defesa Patriot em Kahramanmaras, na Turquia
Foto: AFP
Porta-aviões americano USS Harry S. Truman e o navio-tanque USNS Leroy Grumman, no Mar Mediterrâneo
Foto: AFP
Helicóptero Apache da Real Força Aérea britânica
Foto: AFP
Avião AV-8B Harrier decola do porta-aviões USS Kearsarge, no Mar Mediterrâneo
Foto: AFP
Aviões bombardeiros Tornado da Real Força Aérea britânica
Foto: AFP
Base aérea britânica em Limassol, no Chipre
Foto: AP
Destróier americano USS Mahan
Foto: EFE
Porta-aviões americano USS Harry S. Truman e o navio de guerra USS Gettysburg
Foto: EFE
Destróier USS Ramage
Foto: Reuters
Destróier americano USS Barry, no Mar Mediterrâneo
Foto: Reuters
Porta-aviões nuclear francês Charles de Gaulle
Foto: Reuters
Míssil Tomahawk disparado do destróier USS Barry
Foto: Reuters
Bateria de defesa israelense Domo de Ferro, em Haifa
Foto: Reuters
Compartilhar
Publicidade
<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/raio-x-maquina-guerra/" href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/raio-x-maquina-guerra/">Raio-x de uma máquina de guerra</a>