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Mãe de jovem vítima de overdose pede legalização de drogas

Adolescente de 15 anos ingeriu acidentalmente uma grande quantidade da substância MDMA; "Martha só queria 'ter uma onda', ela não queria morrer", disse sua mãe

14 jun 2014 - 17h03
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<p>Traficante que vendeu a droga para Martha (foto), Alex Williams foi condenado pela Justiça a fazer trabalho comunitário</p>
Traficante que vendeu a droga para Martha (foto), Alex Williams foi condenado pela Justiça a fazer trabalho comunitário
Foto: BBC News Brasil

A mãe de uma jovem de 15 anos que morreu após tomar acidentalmente uma overdose da substância MDMA quer que as autoridades britânicas legalizem e regulamentem as drogas no país.

Anne-Marie Cockburn está apelando a políticos, pedindo que eles mudem as políticas de drogas na Grã-Bretanha após o inquérito sobre a morte de sua filha Martha Fernback.

A estudante, da cidade de Oxford, sofreu uma parada cardíaca no dia 20 de julho de 2013, após consumir meio grama de MDMA, substância comumente confundida com o ecstasy, logo após andar de caiaque.

Os legistas descobriram posteriormente que o grau de pureza da droga era de 91%, muito acima do que é consumido normalmente e com graves consequências para a saúde.

"Martha só queria 'ter uma onda', ela não queria morrer", disse Cockbur.

"Os pais não querem nem uma coisa nem outra, mas uma delas é preferível", disse ela, após uma audiência em um tribunal do condado de Oxfordshire.

O legista Darren Salter concluiu que a morte da jovem foi acidental.

"Há 328 dias minha menina preciosa estava em segurança ao meu lado", disse ela.

"Hoje gostaria que ela estivesse sentada com os colegas da escola fazendo seus exames".

A britânica disse que quer se reunir com a ministra do Interior, Theresa May, e outras autoridades para iniciar um diálogo sensato sobre como é possível alterar a política de proibição para regulamentação rigorosa e responsável de drogas recreativas.

"Isso vai ajudar a proteger os nossos filhos e resultar em uma sociedade mais segura para todos nós, colocando os médicos e farmacêuticos, e não traficantes, no controle das drogas", disse Cockbur.

Política clara

O secretário britânico para prevenção de crimes, Norman Baker, disse que simpatiza com a dor da mãe de Martha e que todas as mortes relacionadas com drogas são trágicas.

"A abordagem do país em relação às drogas continua a ser clara: é preciso evitar o uso de drogas em nossas comunidades, ajudar os indivíduos dependentes por meio de tratamento e apoio durante a recuperação, ao mesmo tempo em que asseguramos a aplicação da lei que protege a sociedade por meio da interrupção do fornecimento."

Ele acrescentou: "Não assumimos que não temos nada a aprender com os outros, e é por isso que estamos realizando um estudo internacional para examinar as abordagens de outros países sobre drogas".

Após a morte de Martha, Cockburn criou um site e escreveu um livro chamado 5742 dias - o número de dias que Martha viveu - para contar aos outros sobre os perigos das drogas. 

Em março, o traficante que vendeu a droga para Martha, Alex Williams - um jovem de 17 anos - foi condenado pela Justiça a fazer trabalho comunitário.

Na ocasião, Anne-Marie disse à BBC que queria trabalhar com Williams para oferecer palestras de educação sobre drogas para jovens.

Durante o julgamento, Williams disse estar muito arrependido de fornecer a droga a Martha.

"Eu sinto muito pela perda da mãe de Martha. Não há sequer um dia em que eu não pense no assunto, e estou completamente consumido pela culpa por meus atos."

Fonte: Terra
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