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Mais de 760 pessoas ficam feridas em referendo na Catalunha

1 out 2017 - 17h18
(atualizado às 17h30)
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Referendo na Catalunha foi marcado por confrontos e centenas de feridos
Referendo na Catalunha foi marcado por confrontos e centenas de feridos
Foto: Agência Brasil

Mais de 760 pessoas ficaram feridas em confrontos na Catalunha, onde foi realizado um referendo sobre a independência da região, segundo dados do Ministério da Saúde da Catalunha. O governo espanhol é contrário ao referendo que foi monitorado por forte aparato policial. 

Duas pessoas estão em estado grave, de acordo com as autoridades locais. Um dos feridos com gravidade é um homem atingido no olho por um tiro de bala de borracha em frente a um dos centros de votação em Barcelona. Além desse caso, um idoso sofreu uma parada cardíaca enquanto a polícia expulsava pessoas de um colégio eleitoral na cidade de Lérida e foi internado também em Barcelona. A Polícia Nacional e a Guarda Civil da Espanha detiveram seis pessoas, uma delas menor de idade, acusadas de resistência, desobediência e atentado a autoridades. As informações são da agência EFE.

Pelo Twitter, o Ministério do Interior da Espanha divulga apenas o número de agentes das forças de segurança feridos durante os conflitos de hoje na Catalunha. Segundo o órgão, 19 policiais e 14 guardas-civis tiveram atendimento médico. Nos últimos dias, o governo central enviou para a região mais de 10 mil agentes.

Os oficiais atuaram para impedir a realização da consulta, que não é considerada legal pelo governo espanhol. Foram confiscadas urnas e cédulas de voto, além de material de divulgação nos centros de votação.

As ações geraram protestos e muitos conflitos nas ruas da região.

O porta-voz do governo catalão, Jordi Turull, atribuiu o número de feridos à violência "policial do Estado" e aconselhou aos feridos a comparecer a centros de saúde para obter um atestado médico e apresentar denúncia à polícia da região, conhecida como Mossos d'Esquadra.

Já a Polícia Nacional defende a operação. Também por meio do Twitter, a polícia destacou que atua para defender "a legalidade, com proporcionalidade, congruência e oportunidade" e que "apesar das provocações, insultos ou agressões, nossa missão é proteger a legalidade e velar pelo Estado de Direito".

Na mesma rede social, centenas de pessoas compartilham denúncias de agressões usando hashtags como #ReferendumCAT, além de críticas ao uso de balas de borracha pelos policiais, o que é proibido desde 2014. Nas ruas, há protestos em defesa da democracia, tanto na região autônoma quanto em outras cidades, a exemplo da capital espanhola, Madri, onde centenas de pessoas protestam agora na Praça do Sol, em apoio ao referendo e solidariedade aos catalães.

Apesar dos conflitos, o referendo foi mantido. Agora, uma multidão acompanha a contagem de votos na Praça da Catalunha, em Barcelona.

Entenda o referendo

No referendo, os catalães deveriam responder sim ou não se a Catalunha deve seja um Estado independente em forma de República, ou seja, separar-se do governo central espanhol.

A consulta foi considerada ilegal pela Justiça espanhola. No entanto, tanto o governo catalão como o Parlamento rechaçaram a decisão do tribunal e mantiveram o referendo, considerado primeiro passo para a independência da região. O governo espanhol alega que o referendo fere a constituição e a unidade do país.

A Catalunha tem uma população de 7,5 milhões de habitantes. Em 2014, houve uma tentativa semlehantes de consulta, sem valor legal.

Veja também

Catalunha pede que UE ajude em referendo de independência:

* Com informações da agência EFE

Agência Brasil Agência Brasil
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