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Manifestantes ucranianos pró-União Europeia ocupam a prefeitura de Kiev

Com receio de revolução, oposição pede calma a manifestantes. Governo da Ucrânia garante que situação está 'sob controle'

1 dez 2013 - 15h24
(atualizado às 17h46)
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Manifestantes ucranianos favoráveis à União Europeia (UE) ocuparam neste domingo a prefeitura de Kiev, onde instalaram o que chamaram de quartel-general temporário da oposição unida, indicou uma porta-voz da polícia.

"Agora há policiais que estão negociando com quem tomou o controle da prefeitura. Estão dizendo a essas pessoas que é algo ilegal e pedindo que abandonem o prédio", declarou por telefone à AFP porta-voz Olga Bilik.

Por outra parte, 100 policiais ficaram feridos em confrontos que ocorreram durante a manifestação em favor da União Europeia em Kiev, indicou a polícia à AFP.

Dois fotógrafos da AFP e um cinegrafista local que trabalha para a tv Euronews, com sede em Lyon (centro-leste da França), ficaram levemente feridos nos choques.

Líderes da oposição pedem calma

Os líderes dos partidos opositores da Ucrânia fizeram um pedido de calma no grande comício que acontece neste domingo na Praça da Independência, em Kiev, enquanto alguns grupos tentavam invadir edifícios oficiais.

De acordo dados dos partidos opositores, na praça estão reunidos até meio milhão de pessoas. Já no Ministério do Interior há cerca de 150 mil.

"Peço muita atenção: se alguém te pedir que invada algum edifício oficial, isto pode ser muito perigoso", disse o dirigente do partido UDAR, o ex-campeão de boxe Vitali Klitschko, ao público. Klitschko advertiu que devem ser evitadas as provocações e também as respostas a elas. Enquanto isso, a imprensa local afirmou que há diferentes incidentes junto à sede presidencial, a prefeitura e a sede dos sindicatos.

"Vamos estar aqui até que se cumpram nossas reivindicações, a renúncia do governo de Nikolai Azarov e do presidente (Viktor Yanukovich)", disse Klitschko.

Um grupo de opositores se enfrentou com a polícia, que faz a segurança da sede presidencial, enquanto outro grupo entrou na prefeitura, depois de quebrar as janelas do local.

A agência de notícias russa "Itar-Tass" relatou que "começaram enfrentamentos entre manifestantes e policiais" que protegem o complexo presidencial. Além disso, acrescentou que foram ouvidas detonações e há colunas de fumaça no local, aparentemente ocasionadas pela utilização de material pirotécnico por parte de alguns manifestantes.

Imagens de emissoras de televisão mostraram um grupo de opositores montados em uma escavadeira e se aproximando do cordão de isolamento policial que cerca o complexo presidencial. Com a escavadeira romperam as barreiras metálicas que rodeiam a sede, enquanto as forças de segurança, com megafones, tentavam convencê-los a se retirar.

Segundo um porta-voz do Ministério do Interior da Ucrânia, dois policiais ficaram feridos quando impediram os manifestantes de romper as barreiras.

Na Praça da Liberdade, outro dirigente opositor anunciou aos manifestantes o início de uma greve geral na Ucrânia para pedir a renúncia do presidente e do governo. O líder do movimento Terceira República da Ucrânia, Yuri Lutsenko, ex-ministro do Interior do país, disse que o protesto em Kiev já se transformou em uma revolução. "Nosso plano está claro: isto já não é um comício ou uma ação. É uma revolução", disse aos que gritavam palavras de ordem.

Lutsenko acrescentou que a sociedade civil e os políticos "estão completando hoje o que não acabaram durante os grandes protestos de 1991 e 2004", em referência ao fim da União Soviética e à Revolução Laranja. "A República Socialista Soviética da Ucrânia está morrendo hoje aqui. Estamos assistindo a seu funeral", afirmou o líder oposicionista.

Governo diz que situação está 'sob controle'

Mesmo diante de relatos de violentos enfrentamentos, o governo da Ucrânia afirmou que a situação na capital do país está sob controle. O porta-voz do Executivo ucraniano, Vitali Lukianenko, respondeu com um enfático "Sim, claro", ao ser perguntado pela agência Interfax se as autoridades controlam a situação em Kiev.

Com informações das agências AFP e EFE.

Fonte: Terra
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