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Merkel participará de ato contra a islamofobia em Berlim

Missão da chanceler é clara: preservar "a liberdade e proteger (a Alemanha) contra uma guerra terrorista".

13 jan 2015 - 12h33
(atualizado às 13h44)
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<p>Para Merkel, a mobilização desta terça-feira enviará uma mensagem muito forte à sociedade sobre a coabitação pacífica de diferentes religiões no país</p>
Para Merkel, a mobilização desta terça-feira enviará uma mensagem muito forte à sociedade sobre a coabitação pacífica de diferentes religiões no país
Foto: Fabian Bimmer / Reuters

A chanceler alemã, Angela Merkel, acompanhará nesta terça-feira em Berlim um ato em favor da unidade nacional e contra a islamofobia convocado pelas associações muçulmanas após os atentados de Paris.

Nesta terça-feira, um dia após um novo recorde de participação em uma manifestação contra a imigração em Dresde (leste), vários jornais alemães citavam a frase pronunciada na segunda-feira pela chefe de governo: "O Islã faz parte da Alemanha".

Para Merkel, a mobilização desta terça-feira enviará uma mensagem muito forte à sociedade sobre a coabitação pacífica de diferentes religiões no país.

A Alemanha, o país mais populoso da Europa, com cerca de 80 milhões de pessoas, tem quatro milhões de muçulmanos, 75% dos quais são de origem turca.

Merkel descarta levantar sanções contra Rússia:

As autoridades alemãs temem um aumento da tensão após os ataques na França.

Para o jornal Bild, a missão da chanceler é clara: preservar "a liberdade e proteger (a Alemanha) contra uma guerra terrorista".

"Há dois temas sobre os quais (Merkel) é capaz de falar com vigor: a religião e a liberdade", acrescenta o jornal, lembrando que a chanceler, filha de um pastor, passou sua juventude na Alemanha Oriental.

Na tarde desta terça-feira, após um minuto de silêncio várias personalidades discursarão no Portão de Brandeburgo: Aiman Mazyek, co-organizador e presidente do Conselho Central dos Muçulmanos (ZMD), uma das associações representativas dos muçulmanos alemães, representantes das comunidades judaica, católica e protestante, assim como o presidente alemão, Joachim Gauck, que dará por concluída a manifestação.

A décima-quinta manifestação em Dresde convocada pelo movimento islamofóbico Pegida (acrônimo em alemão de Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente), que denuncia uma islamização da Alemanha, reuniu mais de 25.000 pessoas na segunda-feira, o que representa um recorde de afluência.

O Pegida havia reunido 500 pessoas em sua primeira manifestação, no dia 20 de outubro.

Na capital da Saxônia, muitos carregavam cartazes com referências aos atentados parisienses, como "Não podem matar nossa liberdade" ou "Liberdade de pensar em vez do terror salafista", misturados com "Islã = Câncer", "Não ao multiculturalismo" ou "Paz com a Rússia!".

Desde outubro, o Pegida organiza todas as segundas-feiras uma manifestação contra o Islã e os demandantes de asilo, embora nesta ocasião tenha convocado a prestar homenagem às "vítimas do terrorismo de Paris".

Mais de 100.000 contramanifestantes também saíram às ruas na segunda-feira na Alemanha para protestar contra o movimento islamofóbico e transmitir uma imagem de país solidário com as vítimas dos atentados de Paris, mas também tolerante e aberto ao mundo.

"Não aceitaremos que extremistas que só procuram semear o ódio e a discórdia destruam nossa sociedade", indicaram as associações muçulmanas ao convocar a manifestação desta terça-feira.

Segundo uma pesquisa publicada na semana passada, mais da metade dos alemães (57%) considera o Islã como uma ameaça, e 61% acreditam que esta religião é incompatível com o Ocidente.

Foto: Arte Terra

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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