Milhares de pessoas protestam contra o "Brexit" em Londres
Milhares de pessoas participaram nesta terça-feira de um protesto na Trafalgar Square de Londres contra a decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia (UE), apoiada por 51,9% dos britânicos em referendo votado na quinta-feira passada.
Em manifestação que contou com diversas bandeiras europeias e britânicas, os manifestantes cantaram palavras de ordem contra o governo como "Não há um plano" e criticaram o ex-prefeito de Londres Boris Johnson, um dos líderes da campanha a favor do "Brexit".
Os participantes compareceram ao protesto apesar de os organizadores terem cancelado a manifestação nesta manhã por motivos de segurança, depois que cerca de 50 mil pessoas mostraram nas redes sociais a intenção de ir.
"Fizemos todo o possível para que isto acontecesse. No entanto, por logística, é impossível cumprir as medidas de segurança necessárias para o evento. Na praça Trafalgar só cabem 10 mil pessoas e isso contando com guardas de segurança, barreiras, fechamento de ruas e um plano de contingência completo", lamentou Jessica Rodgers, porta-voz dos organizadores, no Facebook.
Apesar do pedido para não comparecerem, milhares de pessoas desafiaram a chuva e se concentraram no mesmo ponto da capital britânica, no qual na semana passada foi feita uma grande homenagem à deputada trabalhista Jo Cox, assassinada poucos dias antes do referendo de quinta-feira.
Após se concentrarem na Trafalgar Square, uma parte dos manifestantes avançou em direção à praça do parlamento, onde protestaram em frente ao palácio de Westminster.
"Sem fronteiras", "Não podemos viver sem a UE", "Mentiram para nós" e "Destruíram o nosso futuro" são alguns dos lemas que podiam ser lidos nos cartazes dos manifestantes.
No site da Câmara dos Comuns, um pedido cidadão para que os deputados aprovem uma lei que permita repetir o referendo sobre a União Europeia somava nesta tarde cerca de quatro milhões de assinaturas.
O primeiro-ministro, o conservador David Cameron, descartou no entanto que essa opção esteja sobre a mesa após a vitória do "Brexit" na consulta do dia 23.
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