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Milícias pró-Rússia ignoram ultimato da Ucrânia

Ocupações continuam em cidades ao leste da Ucrânia; presidente ameaçou enviar tropas para expulsar 'terroristas' de prédios ocupados

14 abr 2014 - 08h21
(atualizado às 08h22)
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Em reunião de emergência, embaixador russo disse que governo ucraniano não ouve opiniões do leste do país
Em reunião de emergência, embaixador russo disse que governo ucraniano não ouve opiniões do leste do país
Foto: BBC News Brasil

Milicianos pró-Rússia continuam a ocupar edifícios do governo em cidades no Leste da Ucrânia, ignorando um ultimato feito pelo presidente interino do país, Olexander Turchynov.

Turchynov havia prometido lançar uma ofensiva militar caso os edifícios não fossem liberados até as 9h locais (3h em Brasília) nesta segunda-feira.

Ele disse que as forças de segurança lançariam uma "operação antiterrorista em larga escala" contra os homens armados que tomaram as instalações.

Mas, segundo correspondentes, não há sinais de que os rebeldes teriam abandonado suas posições ou de que qualquer movimentação de forças do governo na região de Donetsk, principal região no leste do país.

Em Sloviansk, onde confrontos resultaram na morte de um oficial ucraniano, milicianos pró-Rússia continuam ocupando uma delegacia de polícia.

Em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU em Nova York, a Rússia advertiu a Ucrânia contra o uso da força no Leste do país.

O embaixador russo, Vitaliy Churkin, pediu a Kiev que "inicie um diálogo genuíno".

Já o embaixador ucraniano na ONU, Yuriy Sergeyev, acusou Moscou de criar uma "crise artificial" no leste do país.

Falta de credibilidade

A nova administração ucraniana luta para conseguir impor sua autoridade no leste do país, onde várias cidades tiveram prédios públicos tomados por grupos pró-Rússia no final de semana.

Sloviansk, na região de Donetsk, está completamente cercada por barricadas e postos de controle foram instalados por milicianos pró-Rússia nas principais estradas que levam à cidade.

Apesar de Kiev ter prometido retomar o controle de Sloviansk, uma operação militar no local poderia desencadear uma reação da Rússia, que tem dezenas de milhares de tropas estacionadas perto de fronteira com a Ucrânia.

Durante a sessão na ONU, o embaixador russo Vitaliy Churkin disse que "há neonazistas e antissemitas nas fileiras do governo autoproclamado em Kiev".

E acrescentou que opiniões e interesses dos manifestantes no leste da Ucrânia não estavam sendo levados em consideração.

Ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reúnem na tarde desta segunda-feira em Luxemburgo para discutir a crise na Ucrânia.

Ficção

Os Estados Unidos disseram que a Rússia está "espalhando ficção" e que os eventos da última semana espelham os que antecederam a anexação da Crimeia.

"Nós sabemos quem está por trás disto", disse Samantha Power, representante permanente dos Estados Unidos na ONU.

Ela disse que os Estados Unidos estarão presentes em uma reunião marcada para quinta-feira em Genebra para discutir a crise, mas argumentou que o sucesso das negociações vai depender das explicações da Rússia a respeito do envio de 40 mil homens para a fronteira leste da Ucrânia.

O presidente Turchynov diz que não permitirá uma repetição no leste do país do que aconteceu com a Crimeia, que foi anexada pela Rússia no mês passado.

O leste da Ucrânia tem uma grande comunidade cuja língua é predominantemente o russo e tem sido palco de vários protestos desde a queda do ex-presidente pró-Rússia Viktor Yanukovych, em fevereiro.

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