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Ministro alemão esnoba presidente da Ucrânia em visita a Kiev

4 dez 2013 - 20h56
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O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, se reuniu com líderes oposicionistas ucranianos em seu acampamento de protesto em Kiev nesta quarta-feira, esnobando o presidente do país, Viktor Yanukovich, que desencadeou grandes manifestações ao rejeitar um acordo com a União Europeia e buscar relações mais estreitas com a Rússia.

Enquanto os manifestantes favoráveis à integração com a UE lotavam a praça principal, a crise causava um novo impacto na frágil economia da Ucrânia, com o banco central forçado a sustentar a moeda e o custo do seguro da dívida do país contra um calote subindo ainda mais.

Os Estados Unidos apoiaram o direito dos ucranianos de decidirem seu futuro, mas a Rússia criticou o que definiu como ações agressivas dos manifestantes e afirmou que pessoas de fora não deveriam interferir.

A tensão era elevada na capital quando os manifestantes entraram em confronto com fileiras de policiais da força antidistúrbios diante dos principais órgãos da Presidência, e o primeiro-ministro, Mykola Azarov, acusava a oposição de tentar provocar violência. Autoridades ucranianas foram a Moscou em busca de ajuda para evitar uma derrocada financeira, enquanto Yanukovich estava na China, também em busca de auxílio econômico.

A Ucrânia enfrenta imensos problemas para financiar um déficit em conta-corrente, e sua necessidade de fundos externos é estimada em 17 bilhões de dólares para o próximo ano, para que consiga arcar com os pagamentos da dívida e o custo da importação de gás natural.

A decisão de Yanukovich de abandonar o acordo com a UE no último momento surpreendeu os líderes europeus, irritou os seus críticos no país e expôs a Ucrânia à pressão dos mercados financeiros.

O banco central da Ucrânia interveio outra vez no mercado para reforçar a moeda, a hryvnia, em meio a temores de que as reservas internacionais de 20 bilhões de dólares possam não ser suficientes para manter seu valor.

O custo do seguro da dívida do governo ucraniano para cinco anos subiu para 1.097 pontos básicos, perto do nível mais elevado em quatro anos. Níveis acima de 1.000 indicam dificuldades financeiras.

Visita

Na véspera de um encontro do órgão de direitos humanos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) em Kiev, Westerwelle se reuniu em um hotel com dois líderes oposicionistas ucranianos: o ex-ministro da Economia Arseny Yatsenyuk e o campeão mundial de boxe na categoria dos pesos-pesados, Vitaly Klitschko, que se tornou político.

Depois, os três caminharam pelo cento do acampamento de protesto no entorno da Praça Independência, cenário da chamada "Revolução Laranja", de 2004-2005, onde as pessoas se juntam ao redor de braseiros colocados nas ruas.

Em um apelo à Ucrânia para reconsiderar sua abrupta decisão de se voltar para Moscou e rejeitar o acordo com o bloco europeu, Westerwelle disse: "Nós não somos indiferentes ao destino da Ucrânia. Nós defendemos valores europeus e dizemos que a porta para a UE permanece aberta. A Ucrânia deveria estar a bordo da Europa."

O chanceler russo, Sergei Lavrov, usou uma entrevista coletiva na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, para criticar a resposta ocidental aos protestos na Ucrânia.

"Eu não entendo muito bem o alcance das ações agressivas por parte da oposição", disse ele. "Espero que os políticos ucranianos sejam capazes de levar a situação para uma via pacífica. Nós encorajamos todos a não interferir."

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