Ocidente condena anexação da Crimeia e promete novas sanções
Obama, Merkel e Hollande condenaram a decisão da Rússia de anexar oficialmente a Crimeia e afirmaram que "não reconhecem" o resultado do referendo
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira que irão impor novas sanções contra a Rússia, horas após a anexação da Crimeia por Moscou.
"Condenamos a decisão da Rússia de anexar oficialmente" a Crimeia, declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. Ele definiu a medida como "uma ameaça à paz" internacional e "claramente ilegal".
O porta-voz afirmou que os passos dados pelo governo do presidente russo, Vladimir Putin, terão consequências e que, com esse objetivo, o líder americano, Barack Obama, se reunirá na próxima semana com seus parceiros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).
"Golpe à integridade nacional"
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, concordaram em telefonema nesta terça-feira que a declaração de independência da Crimeia e a anexação da região pela Rússia é "um golpe inaceitável na integridade territorial da Ucrânia", disse o gabinete da líder alemã.
O gabinete de Merkel disse, em comunicado, que os dois líderes viram as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia às pessoas implicadas na anexação da Crimeia como uma consequência das ações russas, mas que eles permanecerão abertos ao diálogo.
Referendo "ilegal"
O presidente francês, François Hollande, pediu uma resposta "forte e coordenada" da União Europeia à decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de abrir a porta para a incorporação da região ucraniana da Crimeia a seu território.
"Condeno essa decisão. A França não reconhece nem os resultados do referendo realizado na Crimeia no último dia 16, nem a incorporação dessa região da Ucrânia à Rússia", disse o presidente francês em comunicado.
Hollande considerou "ilegal" o referendo, "tanto do ponto de vista do direito ucraniano como do internacional".
O presidente francês teve a reação pouco depois que Putin pedisse às câmaras que aprovem a anexação da região da Crimeia ao território russo, depois que quase 97% de sua população se pronunciou nesse sentido em um referendo que aconteceu no domingo passado, que praticamente toda a comunidade internacional não reconhece como legal.
O bloco europeu, através do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão, José Manuel Durão Barroso, também fizeram um comunicado dizendo que "não reconhece e nem reconhecerá a anexação da Crimeia e de Sebastopol", pela Rússia.
Hollande espera que a resposta europeia "a essa nova etapa superada" aconteça no Conselho Europeu que começa na próxima quinta-feira.
Com informações da AFP, Reuters e EFE.