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ONU: austeridade vai contra direitos humanos na Grécia

Analista da Organização, Pablo Bohoslavsky afirmou ainda que austeridade não ajuda na recuperação do país

6 jul 2015 - 15h01
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Os credores da Grécia deveriam levar em consideração a garantia dos direitos humanos do povo para fechar um acordo financeiro, avaliou o especialista da Organização das Nações Unidas (ONU) Pablo Bohoslavsky. Para ele, maiores medidas de austeridade não ajudarão o país. “Tenho a impressão de que a União Europeia (UE) se esqueceu que a lei internacional de direitos humanos tem e deveria ter um papel chave nas finanças”, declarou, em Pequim, o especialista em dívida externa e direitos humanos. Para Bohoslavsky, se “as partes envolvidas na tragédia grega prestassem mais atenção ao que a lei dos direitos humanos diz, tudo seria mais fácil, sobretudo para o povo grego”.

"Lei internacional de direitos humanos tem e deveria ter um papel chave nas finanças”, disse Pablo Bohoslavsky
"Lei internacional de direitos humanos tem e deveria ter um papel chave nas finanças”, disse Pablo Bohoslavsky
Foto: ONU / Divulgação

Após a vitória do não no referendo na Grécia sobre as últimas propostas dos credores do país – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional –, o perito ressaltou que a mensagem do povo grego foi clara: “não a mais medidas de austeridade”. “Na verdade, se olhar para os dados, as medidas de austeridade não ajudaram à recuperação do país”, acrescentou.

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Bohoslavsky visita a China para debater os direitos humanos nos empréstimos internacionais, como os que serão realizados pelo recém-criado Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (Baii) e o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Para garantir o respeito e a proteção dos direitos humanos nos países tomadores dos empréstimos, o analista aconselha a criação de um mecanismo independente que controle o resultado das ações das instituições, “no qual a sociedade civil deve ter um papel primordial”.

Segundo Bohoslavsky, o Baii e o banco dos Brics terão que gerir "com cuidado" as medidas que adotarão quando um país com problemas econômicos ou financeiros tiver dificuldade para pagar os empréstimos.

As principais notícias da manhã no Brasil e no mundo (06/07):

O especialista aconselha um alívio da dívida para não criar “condições dolorosas” que prejudiquem os direitos humanos ao país tomador do empréstimo e evite cair em erros cometidos por instituições semelhantes.

“O Baii e o Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics devem lutar por um bom histórico de gestão de riscos, de consulta com as pessoas e as comunidades, e mostrar que os projetos financiados por eles evitarão e atenuarão os impactos sociais negativos melhor que outras (instituições)”, defendeu Bohoslavsky.

Agência Brasil Agência Brasil
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