País Basco caminha em direção à independência na Espanha
Região situada no norte do país está seguindo os passos do Parlamento regional da Catalunha, que aprovou uma declaração de soberania no ano passado
Parlamentares do País Basco, na Espanha, adotaram nesta quinta-feira uma declaração de autodeterminação, intensificando assim seus esforços para obter mais poderes e criando potencialmente um novo problema político para o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy.
A região situada no norte - que já conta com significativa autonomia e tem poderes para elevar os próprios impostos - está seguindo os passos do Parlamento regional da Catalunha, que aprovou uma declaração de soberania no ano passado.
A declaração aprovada nesta quinta-feira teve 48 votos do Partido Nacional Basco e do partido pró-independência Bildu enquanto os 27 parlamentares do governista de centro-direita
Partido Popular, da oposição socialista e do partido centrista UPyD votaram contra.
No entanto, não ficou claro se a declaração basca, uma declaração política que não tem peso legal, levaria a novos passos rumo à secessão, como na Catalunha.
O clima político tenso no País Basco - alimentado por décadas de violência em que centenas de pessoas foram mortas - se reduziu bastante depois que o movimento separatista basco ETA declarou o fim da sua luta armada em 2011.
O Tribunal Constitucional da Espanha disse em março que a declaração catalã era "nula e inconstitucional", mas o governo catalão afirma continuar comprometido a realizar um referendo sobre a secessão da Espanha, em 9 de novembro.
O Partido Nacional Basco afirma que qualquer direito de autodeterminação deveria ser negociado com o governo central.
No caso da Catalunha, Rajoy se ofereceu para manter conversações com o presidente catalão, Artur Mas, mas disse que não permitiria que essa rica região no nordeste fizesse uma votação sobre a independência. Seu gabinete não quis comentar sobre a declaração de autodeterminação do País Basco.