Papa pede que Exposição de Milão "globalize a solidariedade"
Evento é realizado sob o lema "Nutrir o planeta. Energia para a vida"
"Em nome" dos que passam fome em todo o mundo, o papa Francisco disse esperar que a Exposição Universal de Milão, inaugurada nesta sexta-feira (01), constitua "uma ocasião propícia para globalizar a solidariedade".
As declarações do pontífice foram feitas por videoconferência, da Cidade do Vaticano, com a qual se dirigiu aos presentes à inauguração oficial da exposição, que abordará o tema da alimentação durante os próximos seis meses.
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"Esta é a voz do bispo de Roma, que fala em nome do povo de Deus. A voz de muitos pobres que pertencem a este povo e que, com dignidade, tentam ganhar o pão com o suor. Jesus nos ensinou a pedir a Deus pai 'o pão da cada dia'. Que a Expo seja uma ocasião propicia para globalizar a solidariedade", disse.
O evento é realizado sob o lema "Nutrir o planeta. Energia para a vida" e, neste sentido, o papa pediu que esta frase não fique "só em um tema", e seja sempre acompanhada "pela consciência dos rostos de milhões de pessoas que hoje têm fome, que hoje não comerão dignamente".
O pontífice convidou cada pessoa a visitar um dos "maravilhosos" 145 pavilhões do evento para "perceber a presença desses rostos" que, segundo sua opinião, permanecem escondidos apesar de que deveriam "ser os protagonistas" da exposição.
"Façamos com que esta Expo seja uma ocasião para uma mudança de mentalidade. Para deixar de pensar que nossas ações cotidianas não têm impacto sobre a vida dos que sofrem a fome. Penso nos muitos homens e mulheres que sofrem fome, e principalmente na multidão de crianças que morrem de fome no mundo", argumentou.
O papa também elogiou o trabalho dos pesquisadores do setor alimentício e pediu a Deus que os conceda "sabedoria e coragem" porque ser "grande sua responsabilidade".
"Espero que esta experiência permita aos pesquisadores, comerciantes e estudiosos a se sentirem envolvidos em um grande projeto de solidariedade: o de nutrir o planeta, mas com respeito às pessoas que o habitam e à natureza", recomendou.