Papa Francisco recebe bispo que gastou 15 mil euros com banheira pessoal
Tebartz-van Elst foi acusado de ter realizado a construção de uma onerosa sede episcopal, com museu, sala de conferências, capela e apartamentos privados
O papa Francisco recebeu no Vaticano o chamado "bispo esbanjador", o alemão Franz-Peter Tebartz-van Elst, alvo de críticas por seus gostos caros e cuja renúncia é exigida por muitos alemães.
Segundo o gabinete de imprensa do Vaticano, o papa também recebeu o cardeal alemão Joachim Meisner, da diocese de Colônia e próximo ao controverso bispo.
Na semana passada, Francisco recebeu outros expoentes da Igreja alemã, entre eles Robert Zollitsch, presidente da Conferência Episcopal Alemã, com quem abordou o delicado escândalo que atinge a igreja deste país devido às denúncias divulgadas pela imprensa contra os gastos excessivos do bispo de Limburgo.
Tebartz-van Elst, 53 anos, foi acusado de ter realizado a construção de uma onerosa sede episcopal, com museu, sala de conferências, capela e apartamentos privados.
O projeto, decidido por seu antecessor, custava 5,5 milhões de euros, mas os gastos da obra aumentaram notavelmente, alcançando 31 milhões de euros.
Segundo os meios de comunicação alemães, o religioso gastou para sua banheira pessoal 15.000 euros, sem falar de uma sala de jantar de 63 metros quadrados de quase 3 milhões de euros.
Em setembro, o Vaticano enviou a Limburgo o cardeal italiano Giovanni Lajolo, que deve elaborar um relatório.
O caso do "servidor mais caro de Deus", como foi apelidado, gera muito interesse na Alemanha, país onde as igrejas se beneficiam de um imposto, razão pela qual gozam de fundos consideráveis.
A Igreja Católica alemã, entre as mais ricas do mundo, costuma financiar muitas associações, escolas, missões e projetos de desenvolvimento.
Desde que foi eleito papa, Francisco, que deseja impulsionar uma igreja pobre para os pobres, não tomou medidas especiais contra o fenômeno, mas aceitou a renúncia de um bispo esloveno considerado também um esbanjador e se comprometeu a reformar as controversas finanças internas da Santa Sé.