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Papa lava os pés de 12 presos e lhes estimula a ajudar uns aos outros

13 abr 2017 - 14h23
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Como fez Jesus durante a Última Ceia, o papa Francisco lavou nesta quinta-feira os pés de 12 detentos em um presídio próximo a Roma e lhes estimulou a ajudar seus companheiros de cela porque "isso também é amar".

O pontífice esteve hoje no presídio de Paliano, na província de Frosinone (centro), única penitenciária da Itália reservada aos colaboradores da Justiça e que, atualmente, abriga 70 detentos.

Perante eles Francisco explicou que a lavagem de pés não é "folclore", mas uma tarefa que os escravos realizavam antigamente quando chegava alguém em casa para limpar o pó de seus sapatos, mas que Jesus utilizou com a intenção de "semear amor".

"Ele, que era o chefe, que era Deus, lavou os pés de seus discípulos (...) Isto era feito pelos escravos. Jesus deu a volta nisto e fez Ele próprio. Tinha vindo ao mundo para servir, para nos servir, para tornar-se escravo por nós, para dar a vida por nós, para nos amar até o final", comentou o papa.

Francisco lembrou que o papa, como representante de Cristo, está destinado a ser o primeiro a "servir", "a semear o amor" no mundo.

"O chefe da Igreja é Jesus. O papa é a figura de Jesus e deve fazer o mesmo que ele fez. Nesta cerimônia, o pároco lava os pés dos fiéis. O maior trabalho de escravo para semear amor entre nós", explicou.

O papa estimulou os detentos então a que sigam esse "símbolo" e que ajudem seus companheiros da cárcere se necessitarem de algum tipo de assistência.

"Eu não lhes digo para um lavar o pé do outro, seria uma loucura. Mas digo que, que se podem prestar uma ajuda, um serviço, a companheiros de cárcere, façam isso. Porque isso é amor, é como lavar os pés. Ser servo de outros", declarou.

Após sua homilia, o papa começou a lavar os pés de 12 dos detidos, entre eles três mulheres, um muçulmano que se converterá ao catolicismo em junho, um argentino e um albanês, enquanto os demais eram italianos.

Entre eles, havia dois condenados à prisão perpétua e o resto com penas que cumprirão entre 2019 e 2073, segundo dados do escritório de imprensa da Santa Sé.

Ao final da cerimônia, sem imagens ao vivo e de "caráter estritamente privado", Francisco conversou com os detentos e recebeu numerosos presentes como frutas e verduras, uma cruz de oliveira e uma capa de lã branca, além de ter provados as tortas que tinham sido preparadas especialmente para ele.

Notavelmente emocionada, a diretora do presídio, Nadia Cersosimo, declarou à "Rádio Vaticano" que a presença do papa na prisão é "uma mensagem de esperança que mostra que Deus está preparado a perdoar" e lhe descreveu como " um pai, uma pessoa de família".

Desde que foi eleito papa, em março de 2013, Francisco decidiu continuar a tradição que mantinha quando era arcebispo de Buenos Aires e, no primeiro ano de seu pontificado, lavou os pés de 12 menores reclusos em uma prisão romana.

Nos três anos sucessivos fez o mesmo com incapacitados, com detentos da penitenciaria romana de Rebibbia e com refugiados.

EFE   
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