O jovem muçulmano Lassana Bathily receberá na noite desta terça-feira (20) a cidadania francesa - após salvar vários judeus da morte em um mercado kosher em Paris. Bathily, que nasceu no Mali, ganhará o título de cidadão das mãos do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.
O funcionário do mercado em Porte de Vincennes teve coragem e frieza para, durante o atentado, esconder em uma câmara frigorífica, vários clientes que estavam no local - enquanto o jihadista Amedy Coulibaly ameaçava matar as quatro vítimas.
"Subi da câmara, abri a porta e diversas pessoas entraram comigo. Eu apaguei a luz e desliguei o congelador. Coloquei-os ali dentro e depois disse: "vocês fiquem calmos, que eu vou sair"", contou Bathily à BFM TV. Ele ainda comentou que teve a ideia de sair pelo elevador e escapar, mas a maior parte das pessoas ficou com medo. Então, o malinês decidiu sair sozinho e, já fora do mercado, teve outro gesto que ajudou a encerrar a operação policial. Ele entregou as chaves das portas de acesso ao mercado para os militares, uma das razões do êxito da operação. O número de pessoas salvas pelo jovem ainda não é conhecido. As autoridades locais falam em "seis pessoas com um bebê". Já a BFM, afirma que havia 15 reféns.
Cartunistas discutem limites da liberdade de expressão:
O Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França emitiu um comunicado dizendo que Bathily fez um ato heróico e afirmando que as quatro vítimas do ataque eram homens: Yoav Hattab, Philippe Braham, Yohan Cohen e François-Michel Saada.
Nas redes sociais, vários usuários pedem que o jovem receba a mais alta distinção do país, a medalha da Legião da Honra.
Novos áudios de Coulibaly
A rádio RTL divulgou novos áudios com o terrorista Amedy Coulibaly, enquanto ele estava no mercado kosher. Quase que se justificando, o jihadista usa uma retórica de defesa do Estado Islâmico (EI, ex-Isis) e diz que sua ação é uma vingança contra as ações de combate na Síria, Mali, Iraque e Afeganistão.
"Eles têm que parar de atacar o Estado Islâmico, eles têm que parar de tirar o véu de nossas mulheres, devem parar de colocar nossos irmãos em prisões inúteis", diz Coulibaly pedindo que os reféns "se manifestem e peçam para deixar os muçulmanos em paz".
Após às 17h, é possível ouvir o jihadista em suas orações, como um "último ritual" antes de massacrar seus reféns.
Milhares de pessoas se reúnem na Praça da República em Paris, para paricipar da manifestação em homenagem às vítimas dos ataques terroristas à capital francesa
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Manifestantes exibem placas com a seguinte mensagem: " Je Suis Charlie", em referência à revista de humor atacada por dois irmãos terroristas
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Manifestantes sobem no monumento da Praça da República, que expõe os valores exaltados pela França: liberdade, igualdade e fraternidade
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Milhares de pessoas foram convocadas a participar da Marcha da Unidade, em Paris
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Manifestante exibe uma bandeira da França durante concentração na Praça da República
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Manifestação é realizada em memória das vítimas dos autores dos atentados contra a revista de humor Charlie Hebdo e a um mercado judaico de Paris
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O ex-presidente Nicolas Sarkozy recebe os cumprimentos do atual líder francês, François Hollande, no Palácio do Eliseu
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O primeiro ministro espanhol, Mariano Rajoy, é recebido pelo presidente francês antes do início das manifestações
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O rei da Jordânia, Abdullah, e a esposa, a rainha Rania, também foram a Paris para participar das homenagens
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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, cumprimenta o presidente da França, François Hollande
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acena para os jornalistas ao ser recebido por Hollande no Palácio do Eliseu
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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, é recepcionado pelo colega François Hollande na sua chegada ao Palácio do Eliseu
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Autoridades da Alemanha, Espanha, Jordânia, Israel, Reino Unido e de vários outros países se juntam ao presidente François Hollande durante a marcha pela liberdade
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O presidente francês, François Hollande, conforta o colunista do Charlie Hebdo Patrick Pelloux durante a marcha pela liberdade
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De braços dados, líderes mundiais marcham pela liberdade de expressão e em homenagem aos mortos nos atentados de Paris
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Manifestantes percorrem as ruas de Paris durante marcha pela liberdade
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Jovem francesa desenha dois lápis sendo atingidos por avião, de modo similar ao ataque as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001
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Familiares de vítima carregam cartaz "Eu sou Michael Saada" durante a marcha em Paris
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Ao todo, 40 líderes mundiais perfilam com os braços entrelaçados em passeata em Paris, em torno do presidente francês, François Hollande
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Chinesa carrega cartaz em homenagem ao jornal alvo dos ataques na última quarta-feira, em francês e chinês
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Cartaz que foi o mote da manifestação, "Eu sou Charlie" é visto no meio da manifestação
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Lápis virou símbolo dos manifestantes contra o ódio provocado pelos extremistas nos atentados em Paris
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Colunista do Charlie Hebdo, Patrick Pelloux muito emocionado durante a marcha pela liberdade
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Homem toca estátua pichada ao lado do símbolo da marcha, "Je Suis Charlie"
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Franceses acedem velas com cair da noite na marcha pela liberdade em Paris
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Uma mulher acende uma luz e reverência os quatro cartunistas mortos no ataque à revista Charlie Hebdo
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Vista geral da marcha pela liberdade neste domingo
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Homem usa lápis durante ato em Paris em homenagem aos cartunistas mortos
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Franceses carregam bandeira do país e faixas em homenagem às vítimas do ataque
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Pessoas escalam monumento em Paris durante ato neste domingo
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Velas são acesas na praça da Liberdade em Paris
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Pessoas escalam o monumento da Queda da Bastilha durante os últimos momentos da marcha pela liberdade
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Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu chega a Grande Sinagoga de Paris para discurso em homenagem às vítimas do ataque ao mercado kosher
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Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e presidente francês, François Hollande, lado a lado na Grande Sinagoga de Paris