O site "change.org" iniciou uma petição online nesta terça-feira em busca de 300 mil assinaturas para impedir o sacrifício de Excalibur, o cachorro da auxiliar de enfermagem infectada por ebola, que corre o risco de ter sido contagiado pela dona.
"Colocar o cachorro da auxiliar de enfermagem em quarentena ou isolamento ao invés de sacrificá-lo", é assim que a campanha propõe evitar que as autoridades sanitárias espanholas sacrifiquem o animal. A convocação é para os "minimamente sensíveis", segundo o site.
A ideia partiu de Carmen Sánchez Montañés, uma mulher da cidade de Sevilha que convoca a adesão dos amantes de animais à iniciativa. Conforme explica no site da campanha, "não é justo que além do contágio do ebola pela falta de recursos a auxiliar também perca o cachorro por um simples capricho".
"É muito mais fácil isolar o animal ou colocá-lo em quarentena, assim como fizeram com o marido da vítima. Se esta menina morresse, para seu marido, o cachorro, que os acompanha há anos, seria um grande apoio emocional. Para este casal não é 'só' um cachorro, é alguém da família", disse.
Javier Limón, marido da auxiliar contagiada e atualmente internado no Hospital Carlos III, em Madri, em observação, fez o mesmo pedido pessoalmente na segunda-feira, pelas das redes sociais.
Entre as razões que o "change.org" expõe para evitar o sacrifício de Excalibur, está o direito que todos os animais têm à vida, segundo determinação da Liga Internacional dos Direitos do Animal em 1977, aprovada pela ONU e pela Unesco.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que "medidas drásticas" devem ser tomadas para conter o surto de ebola na África Ocidental, que já matou cerca de 400 pessoas. É o maior surto em números de casos, número de mortes e em distribuição geográfica. Na foto, uma equipe está próxima ao corpo de uma vítima
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mais de 600 casos já foram registrados na República da Guiné, onde o surto começou há 4 meses em Guekedou (foto acima). O local já foi um importante posto de troca na região, atraindo comerciantes de diversos países vizinhos.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o surto de ebola está fora do controle. O MSF tem cerca de 300 funcionários nacionais e internacionais trabalhando nos países onde o vírus se espalhou. Outros países estão sob alerta. A foto acima mostra um paciente sendo tratado por funcionários da organização.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O ebola é uma doença viral, cujos sintomas inciais podem incluir febre repentina, forte fraqueza, dores musculares e de garganta, segundo a OMS. E isso é só o início: o próximo passo é vômito, diarreia e, em alguns casos, hemorragia interna e externa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O vírus é altamente contagioso,e não tem vacina ou cura, por isso equipes médicas usam roupas especiais para evitar contaminação. Dependendo da força, até 90% dos infectados morrem. Na foto, pacientes esperam resultado de exames de sangue
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Os testes de laboratório irão determinar em questão de horas se as amostras contém ou não o vírus do ebola
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Após exposição ao vírus na área isolada, roupas e botas das equipes de atendimento são desinfetadas com cloro
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Além de cuidar da clínica, a equipe tenta conscientizar as pessoas sobre a doença. No bairro de Touloubengo, colchões são distribuídos a cinco famílias cujas casas foram desinfetadas após a morte de um membro.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Sia Bintou passou mais de 10 dias em tratamento, com poucas esperanças de deixar o local viva, mas sobreviveu. Enquanto não há um tratamento específico para o ebola, a equipe tenta fortalecer os pacientes tratando os sintomas.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mas nem todos se salvam. Nessa foto, a família de Finda Marie Kamano, incluindo sua irmã (centro), e outros membros da comunidade, estão presentes em seu funeral próximo a sua casa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A sepultura de Finda Marie é marcada com um broto de árvore
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil