O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, disse nesta segunda-feira que pediu a Moscou que faça tudo para anular o referendo com o qual a Crimeia que se unir à Rússia, ao mesmo tempo em que anunciou que participará da sessão do Conselho de Segurança da ONU que em 13 de março abordará a crise na Ucrânia.
"A Federação Russa deve anular urgentemente o referendo que vai ocorrer no território da República Autônoma da Crimeia, que é uma parte inalienável da Ucrânia", afirmou Yatseniuk em entrevista à imprensa em Kiev.
"Não há nenhum poder legítimo na Crimeia: são um grupo de criminosos que chegaram ao poder por meios anticonstitucionais e com a proteção de 18 mil soldados russos", acrescentou. "Estou convencido de que esse referendo será reconhecido pela Coreia do Norte e, seguramente, pela Síria".
Yatseniuk disse que a Ucrânia se dirigiu à comunidade internacional pedindo que sejam enviados observadores à Crimeia, mas acrescentou que as autoridades locais não permitem a entrada desse grupo.
Na entrevista coletiva de hoje, Yatseniuk expressou sua opinião de que há possibilidades para uma regra pacífica da situação na Ucrânia, já que não se trata de um conflito bilateral entre Moscou e Kiev. "A política da Rússia está dirigida a torpedear as bases da segurança global e à revisão dos resultados da Segunda Guerra Mundial", disse.
Mais de 10 mil pessoas participam de protesto em favor do governo russo, em Moscou, em 2 de março
Foto: AP
Bandeiras e pôsteres do presidente Vladimir Putin são usadas em marcha pelo centro de Moscou, na Rússia, em 2 de março. Um dos pôsteres diz "Soberania! Porque eu amo a Rússia! V. Putin"
Foto: AP
Policiais com cães caminham em frente ao protesto que levou milhares de pessoas às ruas de Moscou neste domingo, 2 de março. Manifestantes seguram bandeiras da Rússia para demonstrar seu apoio às ultimas intervenções do governo na Ucrânia
Foto: AP
Manifestantes pró-Kremlin vestidos com uniforme do Exército russo e segurando réplicas de banners do exército soviético marcham no centro de Moscou, na Rússia, neste domingo, 2 de março
Foto: AP
Pessoas marcham em protesto no centro de Moscou, em 2 de março. A manifestação é contra as políticas das novas autoridades da Ucrânia, de acordo com organizadores
Foto: Reuters
Já na Lituânia, manifestantes foram até a embaixada da Rússia para protestar contra a intervenção russa na Ucrânia, neste domingo, 2 de março
Foto: AP
Em Kiev, capital da Ucrânia, estrangeiros que vivem na cidade carregam as bandeiras de seus países em um protesto chamado "Ucrânia e Crimeia estão juntos", em 2 de março