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Presidente da Ucrânia denuncia golpe de Estado e diz que não renunciará

22 fev 2014 - 11h36
(atualizado às 12h34)
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O presidente ucraniano Viktor Yanukovytch durante discurso exibido pelo canal de televisão "UBR"
O presidente ucraniano Viktor Yanukovytch durante discurso exibido pelo canal de televisão "UBR"
Foto: AFP

O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, disse neste sábado que eventos recentes no país são um golpe de Estado e anunciou que não renunciará, em entrevista concedida ao canal de televisão "UBR".

"Os eventos que o nosso país e todo o mundo viram são um exemplo de golpe de Estado. Tentam me amedrontar para que apresente voluntariamente minha renúncia. Mas não tenho intenção de renunciar", disse Yanukovich, que respondeu às perguntas em russo.

Yanukovich qualificou o que ocorre como "uma repetição do nazismo, quando nos anos 30 na Alemanha e Áustria os nazistas chegaram ao poder".

"Adotamos duas leis sobre anistia, demos todos os passos que estabilizariam a situação política no país. Mas passou o que se passou", disse. O líder ucraniano, que reconheceu ter deixado ontem à noite Kiev para ir para a cidade de Kharkiv, acrescentou que faz todo o possível "para que no país não haja um derramamento de sangue".

"Me estão informando que existem pessoas que estão sendo perseguidas. Eu faço todo o possível para defender o povo, para que possa comparecer ao trabalhos e às escolas, e para deter o derramamento de sangue", afirmou.

O presidente ressaltou que não tem intenção de abandonar a Ucrânia e que não assinará nenhuma das decisões ilegais aprovadas nas últimas horas pela Rada Suprema (Parlamento), controlada agora pela oposição pois vários deputados do governante Partido das Regiões deixaram a legenda.

"Esta não é oposição, são bandidos. Na saída do Parlamento batem, lançam pedras e intimidam", criticou. A Rada assumiu hoje a coordenação dos trabalhos do governo, nomeou um novo presidente da Câmara, designou um novo ministro do Interior interino e aprovou uma lei que permitirá a libertação da ex-primeira-ministra e líder opositora Yulia Tymoshenko.

Segundo números oficiais, pelo menos 80 pessoas morreram nesta semana nos violentos distúrbios que explodiram na capital ucraniana após três meses de protestos antigovernamentais.

EFE   
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