Pussy Riots voltam à prisão como ativistas de direitos humanos
As anistiadas do grupo Pussy Riot, as russas Maria Aliójina e Nadezhda Tolokónnikova, retornaram nesta terça-feira à prisão, mas como ativistas de direitos humanos para oferecer seu "apoio moral e assistência legal" às internas.
"Nosso objetivo é conhecer a situação na prisão. Há dados que essas mulheres são castigadas sem fundamento", disse Aliójina, segundo a agência Interfax.
As duas jovens, que foram soltas no final de dezembro graças a uma anistia pelo aniversário da Constituição russa, visitaram junto outros ativistas a prisão Número 2 de Nizhni Novgorod, cerca de 400 quilômetros ao leste de Moscou, onde Aliójina cumpriu parte da pena.
As ativistas, que trouxeram comida às internas de uma hamburgueria próxima, receberam autorização para se reunir com várias das internas e escutar suas reivindicações.
Entre outras coisas, Tolokónnikova denunciou que as presas que ousaram apresentar queixas por escrito sobre as condições de vida e trabalho na prisão receberam represálias e ficaram sem cobertores.
Tolokónnikova e Aliójina anunciaram no final do ano passado que deixavam a música para se dedicar à defesa dos direitos humanos nas prisões, pois mantêm sua luta contra o "sistema totalitário" implantado, segundo denunciam, pelo presidente, Vladimir Putin.
Seu ONG "Zona de Direito" canalizará as denúncias de abusos trabalhistas, físicos e sexuais nas prisões, para a qual aproveitarão a publicidade que ganharam como integrantes da banda musical Pussy Riot.
As ativistas, que cumpriram 22 meses de prisão por encenar em 2012 sua famosa prece punk no principal templo ortodoxo russo, reconhecem que ainda não dispõem de financiamento para seu projeto de direitos humanos.