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Putin diz estar disposto a fazer "tudo" para paz com Ucrânia

Porochenko disse que as discussões foram "difíceis" e que apesar de "alguns resultados", ainda não há o suficiente

27 ago 2014 - 08h23
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Putin disse que está disposto a colaborar com intenções de paz da Ucrânia
Putin disse que está disposto a colaborar com intenções de paz da Ucrânia
Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, revelou nesta quarta-feira que está disposto a "fazer tudo" caso seja iniciado um processo de paz no leste da Ucrânia, enquanto seu homólogo ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que todas as partes apoiam suas propostas para acabar com o conflito.

"A Rússia fará tudo pelo processo de paz, se ele começar", prometeu Putin aos jornalistas após uma reunião com Poroshenko em Minsk, capital de Belarus.

Em mensagem no Facebook, Poroshenko destacou que "a estratégia de paz que a Ucrânia quer desenvolver foi apoiada por todos os dirigentes que participaram da cúpula de Minsk, sem exceções".

Porochenko disse que as discussões foram "difíceis" e que apesar de "alguns resultados", ainda não há o suficiente para acabar com o conflito no leste do país.

O líder ucraniano pediu "ações concretas" e se referiu a um "mapa do caminho" para um plano de paz destinado a acabar com os combates, que já deixaram mais de 2.200 mortos em quatro meses.

Em entrevista coletiva após o encontro, Putin admitiu que tropas russas podem ter entrado no território da Ucrânia durante uma patrulha de fronteira, depois de Kiev ter anunciado a prisão de dez paraquedistas russos no leste do país.

"Não recebi informações do Ministério da Defesa, mas, pelo que entendi, eles (os paraquedistas) patrulhavam a fronteira e podem ter entrado no território ucraniano", declarou Putin depois do encontro com Poroshenko.

Putin destacou que "dezenas" de soldados ucranianos também violaram a fronteira e entraram no território russo.

"Da última vez, 450 pessoas cruzaram a fronteira", disse Putin sobre as centenas de soldados ucranianos que se refugiaram na Rússia no começo de agosto, após ficarem sem munição, e que retornaram nos dias seguintes.

Kiev exibiu nesta terça-feira os interrogatórios dos paraquedistas russos capturados no dia anterior na Ucrânia, a primeira evidência física do envolvimento das forças russas no conflito ucraniano.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e o russo, Vladimir Putin, apertaram as mãos nesta terça-feira em Minsk pouco antes do início de uma reunião
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e o russo, Vladimir Putin, apertaram as mãos nesta terça-feira em Minsk pouco antes do início de uma reunião
Foto: Alexander Zemlianiche / AP

Dez paraquedistas russos do 331 Regimento da 98 Divisão com base na Rússia central foram presos na noite de ontem perto da cidade ucraniana de Dzerkalné, a cerca de 20 km da fronteira.

Uma fonte militar russa confirmou a prisão, mas disse que eles cruzaram a fronteira "por acidente".

"Nós estávamos avançando em colunas nos campos, não na estrada. Imaginei que eu estava na Ucrânia quando começaram a nos bombardear", declarou o cabo Ivan Miltchakov, cidadão russo nascido em 1995, segundo ele, em um vídeo amplamente divulgado pela mídia.

Um outro paraquedista, Ivan Romantsev, explicou que inicialmente pensava participar de manobras.

"Quando explodiram meu blindado, comecei a ficar com medo. Percebi que não se tratava de manobras", disse ele.

Kiev acusa a Rússia de enviar tropas e blindados em território ucraniano, de disparar contra suas posições e de fornecer armas e combatentes para os rebeldes, o que Moscou nega.

Na segunda-feira, a Casa Branca denunciou as incursões militares da Rússia na Ucrânia, considerando tratar-se de uma escalada significativa no conflito.

Os combates prosseguem nesta terça-feira perto Novoazovsk. Uma espessa fumaça era visível sobre a cidade costeira de 11 mil habitantes, sob controle de Kiev e localizada às margens do Mar de Azov. O exército ucraniano anunciou 12 mortes em suas fileiras nas últimas 24 horas.

Neste clima, dois repórteres de um jornal da Crimeia, que estavam detidos no leste pela organização nacionalista radical ucraniana Pravy Sektor, foram libertados, segundo a diretora do "Télégraphe de Crimée", Maria Volkonskaïa.

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