Putin diz que 'não impõe nada a ninguém', mas mantém convite à Ucrânia
A Rússia convida a Ucrânia a seguir trabalhando para se integrar na união aduaneira, mas "não impõe nada a ninguém", declarou nesta quinta-feira o presidente russo, Vladimir Putin, em um discurso no Kremlin.
"Não impomos nada a ninguém, mas se nossos amigos quiserem estamos dispostos a continuar com o trabalho" sobre a participação da Ucrânia na união aduaneira promovida por Moscou, declarou Putin.
Segundo o chefe de Estado russo, a Ucrânia havia mostrado seu interesse "em assistir a todos os encontros da troica (Rússia-Belarus-Cazaquistão) na qualidade de observadora", antes inclusive de renunciar a um acordo de associação com a União Europeia, que desencadeou grandes protestos em Kiev.
"Nosso projeto de integração está baseado em um princípio de igualdade e em interesses econômicos reais", acrescentou Putin.
Os líderes russos não pararam nos últimos meses de tentar dissuadir a Ucrânia de assinar um acordo de associação com a UE, ao considerar que não interessava economicamente ao país e implicava perdas avaliadas em bilhões de dólares.
Putin finalmente defendeu o projeto, que - para além da união aduaneira - quer constituir uma união econômica euroasiática que reúna, perto de Moscou, os países da ex-União Soviética.
"Esperamos terminar antes de 1° de maio de 2014 o ajuste do texto do tratado, que chegará aos parlamentos russo, bielorrusso e cazaque", declarou Putin.
"Faremos o projeto euroasiático avançar sem opô-lo a outros projetos de integração, entre eles, naturalmente, o da Europa", concluiu.
Os europeus acusaram nestas últimas semanas a Rússia de obrigar a Ucrânia, sob pressão econômica, a renunciar a sua associação com a UE.
A oposição ucraniana, que mantém desde o fim de novembro uma mobilização sem precedentes desde a Revolução Laranja de 2004, acusa o presidente Viktor Yanukovich de querer vender o país à Rússia.